Num dia destes, na hora em que o sol se põe, estava eu a navegar despreocupadamente na Grande Rede, quando salta-me ao ecrã um blog co-irmão a este criado pelo meu alter ego. Chama-se Chá das Cinco, um blog anti-stress. E ainda com bolinhos! Recomendo-o a todos que desejam tomar um chá com calma, tranqüilidade e sobretudo, sem muito louquejar ou devanear.
Não se trata de ironia, ao contrário: sorte daqueles cujo ocaso ainda não iniciou! São as bolhas de sabão, na melhor acepção da expressão, voejando conforme o vento lhes sugere; tão necessárias a produzir beleza e inocência ao mundo decadente que vivemos.
Ao que me lembrei das palavras de Zarathustra em Do Ler e Escrever: Ver voejar essas alminhas loucas, leves e graciosas induz Zaratustra a chorar e a cantar. Gosto desta passagem. Faz lembrar que às vezes é necessário esquecer um pouco do abismo existencial e, ao que se costuma deduzir como uma simplificação do nosso ocaso, viver sem pensar. A felicidade reside justamente em não pensar... e o que de melhor os cachorros possuem? A arte de não pensar!
E em seqüência Zarathustra divaga: só acreditaria num deus que soubesse dançar e também que, ao ver o seu diabo, achou-o sério, métodico, profundo e solene: a causa pela qual todas as coisas caem. A nossa felicidade, como suposição, não residiria, então, justamente na negação, talvez inconsciente, da interpretação do que inventamos para nós como espécie? Nem que seja por dois míseros segundos! A arte do esquecimento: por isso temos de morrer; caso contrario, nossas memórias nos sufocariam.
Por isso os cachorros são invejados!
Por isso o Diabo é a nossa consciência a pensar, a borbulhar... a ver abismos!
E somente um Deus que aniquilasse o espírito de gravidade poderia ser acreditado.
Mas, em verdade, o animal homem é o único tipo que precisa acreditar. Por que precisamos acreditar? E, como se sabe, o cachorro não precisa adorar deuses por ele inventados para justificar o injustificável...
Namaste!
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
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