tag:blogger.com,1999:blog-13387737305651626072024-03-19T00:47:12.360-03:00Chá das Cinco com Pimenta em Papua Nova GuinéDevaneios, divagações, reflexões, inflexões, pré e pósflexões sobre os mais variados assuntos. De cinema à literatura, música, poesia e uma pitada de filosofia. Uma visão crítica e autocrítica do estar-vivo numa dimensão introspectiva. Toma um fósforo e acende teu cigarro! O chá está servido...bluebirdhttp://www.blogger.com/profile/16799168827305273020noreply@blogger.comBlogger55125tag:blogger.com,1999:blog-1338773730565162607.post-88658127948366837592012-03-01T00:40:00.001-03:002012-03-05T17:52:35.328-03:00Sinédoque, Nova York<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-size: 85%;"><i>"It's a big decision, how one preferes to die."</i></span></blockquote>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2lWflN4zM45aXnukLK-Z0NTc7jo8tLo6gHICuA0ylEIQNzgiLvH6X2_lp4HiJBu_oKUpZuZ3Sgt8ouMWpzCCapf1MOBPCCYt5cVsqoQE5DWzAHZWpXywtOjxulGy90XavQT8DAfHshc0/s1600/ScreenShot223.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="133" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2lWflN4zM45aXnukLK-Z0NTc7jo8tLo6gHICuA0ylEIQNzgiLvH6X2_lp4HiJBu_oKUpZuZ3Sgt8ouMWpzCCapf1MOBPCCYt5cVsqoQE5DWzAHZWpXywtOjxulGy90XavQT8DAfHshc0/s200/ScreenShot223.jpg" width="200" /></a><i>Synecdoche, New York</i> é um destes filmes em que é necessário ver mais de uma vez para uma melhor compreensão. Trata-se de uma história complexa, repleta de detalhes que passam a fazer mais (ou menos) sentido à medida que se conhece melhor a história e, conseqüentemente, compreende-se melhor os personagens. A trama desenvolve-se de modo que não é fácil distinguir entre realidade e fantasia e tal fato pode, naturalmente, tornar a história confusa e sem conclusões definitivas em seu final.<br />
<br />
Este é o <i>melhor</i> tipo de filme. Ao contrário de soluções fáceis e nas quais não é necessário pensar, refletir, pois tudo está explicado ao final; tudo possui fácil digestão e tudo serve apenas como meio de entretenimento. Meu alter ego, no entanto, deseja e se interessa apenas por aquilo que o estimule a transcender à mesmice ordinária de filmes-enlatados, grande parte deles estadunidenses, que tornam o sujeito superficial, anestesiado em sua própria mediocridade. Isso reflete, de certa forma, a própria mediocridade da sociedade contemporânea, engasgada em sua superficialidade e que rejeita por princípio qualquer reflexão mais aprofundada a respeito da vida.<br />
<br />
A história, em essência, versa a respeito do diretor de teatro Caten Cotard, um sujeito que vê a sua própria vida desmoronar ao ser abandonado por sua esposa e filha. A partir deste fato, desenvolve uma série de doenças de difícil diagnóstico por médicos. Aliás, a crítica em torno desses profissionais da saúde mostra a forma fria e mercantilista com a qual o universo médico opera. E mais: uma crítica à própria arrogância da medicina e sua pretensão de tudo saber a respeito do corpo humano.<br />
<br />
Ninguém pode resolver a sua própria dor existencial com livros de auto-ajuda, calmantes ou drogas do gênero. A maior e mais profunda dor é a dor existencial diante da perplexidade do estar-vivo e da consciência da finitude que somente a nossa espécie possui. O <i>melhor</i> e o <i>pior</i> do homo sapiens sapiens é justamente aquilo que o diferencia das outras espécies.<br />
<br />
Ao longo da película, Caten somente consegue melhorar quando, em resposta a todo o sofrimento de sua vida, decide criar a maior peça de teatro de todos os tempos: a teatralização da própria vida. Tudo que lhe aconteceu e tudo que lhe acontece servem de pretexto para transformar-se numa cena. Uma peça que é realizada num enorme palco, com milhares de atores e que, apesar de todos os esforços, nunca chega a estrear. Passam-se 30 anos de ensaios diários sem que a peça esteja "pronta". Interessante notar que os ataques de Caten em geral ocorrem após frustrações pessoais profundas, como quando sua mulher Adele o ignora ao telefone em Berlin, ou quando Caden vai atrás de sua filha e descobre o presente que ele enviara nunca fora recebido. Ao passar dos anos e com a construção de sua peça no sinédoque e consequente enfrentamento do seu sofrimento, a condição de saúde de Caden mantém-se estável e os ataques cessam.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7-yDTd5WNyWWAsncC7Fe7OFPaVPE-IwYQ3KwVf6oBw1nWAmROVvpCVoN7_RW2NKPRBxn6LeKbEsY_PEdB80mCysl0Y54hXTtQuLijGO-tZU7gPZcjCP1Ef8QxZ4uyNlD9RcSfvMZ2Rrc/s1600/ScreenShot221.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="162" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7-yDTd5WNyWWAsncC7Fe7OFPaVPE-IwYQ3KwVf6oBw1nWAmROVvpCVoN7_RW2NKPRBxn6LeKbEsY_PEdB80mCysl0Y54hXTtQuLijGO-tZU7gPZcjCP1Ef8QxZ4uyNlD9RcSfvMZ2Rrc/s320/ScreenShot221.jpg" width="320" /></a></div>
<enterro><br /><i>Synecdoche, New York</i> é uma película complexa que trata de nascimento, morte, separação e relacionamento. E, acima de tudo, de sofrimento. E de como o tipo homem enfrenta o sofrimento. Afinal, uma coisa é sofrer, que é natural e inerente ao ser vivo. Outra é ter consciência do sofrer. A linha tênue entre fantasia e realidade é um elemento central da película. Afinal, Caten esteve vivo durante todo o tempo ou, em determinado momento, sonhou em como seria a sua vida futura ou morreu e o restante foi apenas um sonho dos últimos minutos de vida? E o homem que o seguia e que futuramente representou a si mesmo em sua peça? Existiu, de fato? Estas questões e outras não possuem uma explicação definitiva, apenas teorias conjecturadas com fundamento nos elementos que são apresentados. Analisando desta forma, o Sinédoque é na realidade uma representação da própria vida e todos os elementos que a compõe, e no qual a teatralização dos atos torna-se um imperativo para diminuir o estado de sofrimento do homem.</enterro><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="color: #000099;">
Namaste!</div>
<div class="MsoNormal" style="color: #000099;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #000099;">
____________________________________<br />
<span class="texto_titulo" style="color: #cc0000;">Sinédoque, Nova York <span style="color: black;">(Synecdoche, New York,</span></span><span class="texto_italico" style="color: black;"> 2008)</span> </div>
<div class="MsoNormal" style="color: black;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #000099;">
<span style="color: black;">» </span><span style="color: black; font-weight: bold;">Direção</span><span style="color: black;">: Charlie Kaufman</span><br />
<span class="texto_subtitulo" style="color: black;"><span class="marcador"></span><span class="marcador">»</span> <span style="font-weight: bold;">Gênero</span>:</span><span style="color: black;"> Drama</span><br />
<span class="texto_subtitulo" style="color: black;"><span class="marcador">»</span> <span style="font-weight: bold;">Origem</span>: Estados Unidos</span><br />
<span class="texto_subtitulo" style="color: black;"><span class="marcador">»</span> <span style="font-weight: bold;">Duração</span>:</span><span style="color: black;"> 124 minutos</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEht4IFTiTq8_QrQXxX-kZ_BvtFVamuTaRUG5BUh8a-V3rFulPcfBlWTCa5GeXLngnC66t_KO3Atu_SpRJjXoR1uImgXWlCysHCWyQYfJNRan1PJ8dznRyi7lo7uOfCPWezMXtf1UXUyxM0/s1600/ScreenShot222.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><br /></a></div>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEht4IFTiTq8_QrQXxX-kZ_BvtFVamuTaRUG5BUh8a-V3rFulPcfBlWTCa5GeXLngnC66t_KO3Atu_SpRJjXoR1uImgXWlCysHCWyQYfJNRan1PJ8dznRyi7lo7uOfCPWezMXtf1UXUyxM0/s1600/ScreenShot222.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEht4IFTiTq8_QrQXxX-kZ_BvtFVamuTaRUG5BUh8a-V3rFulPcfBlWTCa5GeXLngnC66t_KO3Atu_SpRJjXoR1uImgXWlCysHCWyQYfJNRan1PJ8dznRyi7lo7uOfCPWezMXtf1UXUyxM0/s200/ScreenShot222.jpg" width="136" /></a><span class="texto_subtitulo"><span class="marcador">»</span> <span style="font-weight: bold;">Sinopse</span>:</span> Caden Cotard (Philip Seymour Hoffman) é um diretor de teatro que está
preparando uma nova peça, ao mesmo tempo em que enfrenta problemas
pessoais. Sua esposa, Adele Lack (Catherine Keener), resolveu deixá-lo
para morar em Berlim, levando consigo a filha Olive (Sadie Goldstein).
Madeleine Gravis (Hope Davis), sua terapeuta, aparenta estar mais
interessada em divulgar seu best seller do que em ajudá-lo. Preocupado
com a vida e seu estado de saúde, cada vez mais debilitado, Caden decide
reunir um grupo de atores em um armazém de Nova York. Lá ele pode enfim
dar vazão à sua criatividade, buscando uma peça que seja cada vez mais
um paralelo de sua própria vida.<br />
Fonte: <a href="http://www.adorocinema.com/filmes/filme-117064/">Adoro Cinema</a><enterro><br /></enterro><div class="blogger-post-footer">Chá das Cinco com Pimenta - Por Advocatus Diaboli</div>bluebirdhttp://www.blogger.com/profile/16799168827305273020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1338773730565162607.post-12791644490122359262010-08-18T21:20:00.011-03:002010-08-19T00:35:26.669-03:00Lost e a Humanidade Resgatada<blockquote style="font-style: italic;"><span style="font-size:85%;">"I died, too."<br />(Jack Shephard)</span><br /></blockquote><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKPEyCidRAnKAzI6dGVgYiquB8IuqIn867EB3fMwvlRc1IDCRULGAe_-ERp2hOZzIqZ3uCs7ugZygsbujF2lN7_uosfaY55XnC59THnXYY7rewpvtlIbA101xRjlycR1mF9ViwT3eYgJs/s1600/lost-final.jpg"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 246px; height: 147px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKPEyCidRAnKAzI6dGVgYiquB8IuqIn867EB3fMwvlRc1IDCRULGAe_-ERp2hOZzIqZ3uCs7ugZygsbujF2lN7_uosfaY55XnC59THnXYY7rewpvtlIbA101xRjlycR1mF9ViwT3eYgJs/s320/lost-final.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5506904430348766130" border="0" /></a> Estava eu a rever o derradeiro diálogo de Lost quando percebi que a humanidade da série fora resgatada em apenas três palavras de seu personagem principal. Em outro louquejar, divaguei que a série televisiva havia perdido o foco, apelando para viagens no tempo e transformando os personagens em super-heróis típicos do cinema estadunidense, perdendo, dessa forma, o caráter humanitário das primeiras temporadas. Pois bem: o final da série é algo digno de nota, pois resgatou esses deslizes recentes, <span style="font-style: italic;">lançando</span> a si mesma para a posteridade como algo que merece ser revisto e discutido, pois inovou pela sua narrativa não-linear, pela complexidade de seus personagens e por um roteiro repleto de possibilidades e surpresas.<br /><br />Muitos não entenderam ou aprovaram o final. Outros acharam que a série ficou com <span style="font-style: italic;">muitas perguntas em aberto</span>. Pois seja: meu alter ego pergunta de onde vem essa necessidade humana de explicar tudo <span style="font-style: italic;">no final</span>? A própria vida é algo sem explicação e que faz sofrer, não é fácil aceitar quando uma obra de ficção não explica como se explica a vida a uma criança de 3 anos... ver pontos de interrogação no ocaso de algo que deveria simplesmente entreter é algo que frustra. Além disso, a explicação para a <span style="font-style: italic;">realidade paralela</span> criada na última temporada, onde os personagens não sabem que estão mortos e vivem de forma a construir uma vida que resolve os seus mais profundos conflitos é algo que, independente de crença no além-da-vida, resgatou o caráter humano de Lost. E tudo isso só ficou claro no derradeiro dialógo do personagem principal, Jack, com o seu pai. Assim como Jack, os telespectadores também não estavam entendendo o que estava a ocorrer. A racionalidade de Jack finalmente cedeu quando ele percebeu que estava morto e que precisava lembrar-se para poder esquecer (<span style="font-style: italic;">to remember and to... let go</span>).<br /><br />Os produtores de Lost responderam no dialógo final a principal questão proposta pela série: nada pode mudado, <span style="font-style: italic;">o que aconteceu, aconteceu</span>. A possibilidade de viajar no tempo e poder, com isso, modificar o passado e até mesmo o futuro é uma fantasia humana que encontra respaldo quando se vive uma vida sofrida e sem a consciência de responsabilidade nas decisões que tomamos. Afinal, se uma ação resulta em algo nocivo, não bastaria voltar atrás e corrigir o equivoco? Tal idéia tem suas origens no conceito cristão de pecado: basta o arrependimento para libertar o pecador por seus atos. Não importa o quão grave tenha sido a sua atitude: o arrependimento, isto é, a culpa, é suficiente para que a <span style="font-style: italic;">viagem no tempo</span> ocorra e as ações do passado sejam <span style="font-style: italic;">modificadas</span> e <span style="font-style: italic;">corrigidas</span>. Ao assumir a responsabilidade de seus atos, o ser humano desnudo aceita o absurdo existencial e torna-se senhor de suas ações e, principalmente, das conseqüências por seus atos. Dessa forma, eliminando o câncer cristão da culpa, aceita a existência em sua plenitude e deixa de viver uma vida de fantasia, na qual sentimentos contraditórios são uma constante.<br /><br />Não é qualquer construção artística que mata duplamente o seu personagem principal na derradeira cena que terá aprovação do público. E nisso reside outro mérito de Lost: o de não criar um <span style="font-style: italic;">final feliz</span>, no qual tudo se explica e todos são felizes para sempre... ao contrário, ao matar Jack na ilha e também na <span style="font-style: italic;">realidade paralela</span>, os produtores passam a mensagem de que a vida é finita, tudo termina um dia, inclusive a própria vida e é preciso lidar com isso de forma madura e com responsabilidade. No final, a série tratava dos conflitos de pessoas, os mistérios da ilha eram um pano de fundo para mostrar a trajetória de cada personagem. Muitas vezes, o que se tem é exatamente o oposto: os conflitos individuais são pano de fundo para uma história misteriosa e fantasiosa. Lost termina como, quiçá, deveria a vida terminar: com muitas dúvidas em aberto, mas com a firme convicção de que as escolhas feitas em vida foram as melhores possíveis dentro das possbilidades que existiam e que aceitar esse fato e não tentar mudar o que se viveu é o que de melhor o ser humano pode buscar.<br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 153);">Namaste!</span><br /><br />____________________________________<br /><span style="font-size:85%;"><span style="font-weight: bold;">Louquejares Relacionados</span><br /><br /><span style="font-weight: bold;">#</span><a style="font-weight: bold;" href="http://chadascincocompimenta.blogspot.com/2009/02/lost-e-humanidade.html"> Lost e a Humanidade<br /></a><span style="font-size:85%;"><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 51);">"</span></span></span><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 51);font-size:85%;" >Estava eu a baixar um episódio da quinta temporada da série Lost quando, ao rever alguns episódios anteriores da famosa série televisiva estadunidense, um louquejar ocorreu-me: Lost</span><span style="color: rgb(51, 51, 51);font-size:85%;" ><span style="font-style: italic;"> perdeu a sua humanidade.</span></span><span style="font-size:85%;"><span style="color: rgb(51, 51, 51);">"</span></span><div class="blogger-post-footer">Chá das Cinco com Pimenta - Por Advocatus Diaboli</div>bluebirdhttp://www.blogger.com/profile/16799168827305273020noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1338773730565162607.post-89313279272991550772010-05-05T20:55:00.004-03:002010-05-13T23:01:19.499-03:00A Meditação que Transcende<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicqT2zYxuTRv_VYkk_3ZeoJzoJH67YmDrZgQXhkvgw_yRWVf1twiPGbIwR53uPp7Esmtu6vxONmHts4pisFTDVoUt4pKt3E0_RPLs3Y_vTBBy0slLv6wEO4sCmVvSXOH7VXJx84ZGCfps/s1600/infinito1.jpg"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 214px; height: 159px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicqT2zYxuTRv_VYkk_3ZeoJzoJH67YmDrZgQXhkvgw_yRWVf1twiPGbIwR53uPp7Esmtu6vxONmHts4pisFTDVoUt4pKt3E0_RPLs3Y_vTBBy0slLv6wEO4sCmVvSXOH7VXJx84ZGCfps/s320/infinito1.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5468356643731221010" border="0" /></a><br /><p style="color: rgb(102, 102, 102); font-weight: bold;" class="MsoNormal"><br /></p><p style="color: rgb(102, 102, 102); font-weight: bold;" class="MsoNormal"><br /></p><p style="color: rgb(102, 102, 102); font-weight: bold;" class="MsoNormal"><br /></p><p style="color: rgb(102, 102, 102); font-weight: bold;" class="MsoNormal"><br /></p><p style="color: rgb(102, 102, 102); font-weight: bold;" class="MsoNormal"><span style="color: rgb(102, 102, 102);">____________________________________</span></p><p style="color: rgb(102, 102, 102); font-weight: bold;" class="MsoNormal">A Meditação que Transcende</p> <p style="color: rgb(102, 102, 102);" class="MsoNormal"> </p> <p style="color: rgb(102, 102, 102);" class="MsoNormal">Hoje não me preocupo com a previsão do tempo<br />Não vejo televisão<br />Não leio revistas, jornais e os tais.<br /><br />Hoje não me preocupo em acordar no horário<br />Não fumo, não bebo<br />Não me visto, não trabalho.<br /><br />Hoje as preocupações humanas são risíveis<br />Não me importo com a crise econômica<br />Não me importo com a violência<br />Não me importa o homem e o homem é desprezível.</p> <p style="color: rgb(102, 102, 102);" class="MsoNormal"> </p> <p style="color: rgb(102, 102, 102);" class="MsoNormal">Hoje não me importo em argumentar, avaliar ou julgar<br />Não me importo com o absurdo<br />Não me importo em fazer nada.</p> <p style="color: rgb(102, 102, 102);" class="MsoNormal"> </p> <p style="color: rgb(102, 102, 102);" class="MsoNormal">Hoje não como, não bebo e quase não respiro<br />Hoje não desejo, não quero, não sou<br />Hoje a minha mente está morta.<br /><br />Hoje nada possuo e nada me possui<br />Hoje sou um espectador de mim mesmo<br />Hoje estou livre,<br />Hoje estou morto.<br /></p> <p style="color: rgb(102, 102, 102);" class="MsoNormal"> </p> <p style="color: rgb(102, 102, 102); font-style: italic;" class="MsoNormal">Alter Ego</p><div class="blogger-post-footer">Chá das Cinco com Pimenta - Por Advocatus Diaboli</div>bluebirdhttp://www.blogger.com/profile/16799168827305273020noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1338773730565162607.post-77220502072317523392010-02-19T23:23:00.007-02:002010-02-20T11:36:16.381-02:00A Contra Mola que Resiste<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCxctPgahbCF5se9U5_SfC6QJ8Gm9KCHmpxDNyBP1GSffmWBTLvRhIpPwWFAbNd93o77_ts3yFEeyWNcBwDgLgm32ln6dVUKPRvvDOnhcx-FMg5MtztSgEW5XhxlSpb1Q_lqqXdzFMDLM/s1600-h/chemical_burn.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 265px; height: 122px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCxctPgahbCF5se9U5_SfC6QJ8Gm9KCHmpxDNyBP1GSffmWBTLvRhIpPwWFAbNd93o77_ts3yFEeyWNcBwDgLgm32ln6dVUKPRvvDOnhcx-FMg5MtztSgEW5XhxlSpb1Q_lqqXdzFMDLM/s320/chemical_burn.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5440133778939004594" border="0" /></a><br /><span style="font-weight: bold;"><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />Primavera nos Dentes</span><br /><br /><span style="font-style: italic;">Quem tem consciência pra se ter coragem</span><br /><span style="font-style: italic;">Quem tem a força de saber que existe</span><br /><span style="font-style: italic;">E no centro da própria engrenagem</span><br /><span style="font-style: italic;">Inventa a contra mola que resiste</span><br /><br /><span style="font-style: italic;">Quem não vacila mesmo derrotado</span><br /><span style="font-style: italic;">Quem já perdido nunca desespera</span><br /><span style="font-style: italic;">E envolto em tempestade decepado</span><br /><span style="font-style: italic;">Entre os dentes segura a primavera</span><br /><br /><object height="240" width="297"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/oIbled8a3lY&hl=pt_BR&fs=1&"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/oIbled8a3lY&hl=pt_BR&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" height="240" width="297"></embed></object><div class="blogger-post-footer">Chá das Cinco com Pimenta - Por Advocatus Diaboli</div>bluebirdhttp://www.blogger.com/profile/16799168827305273020noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-1338773730565162607.post-22944129819822518792009-12-24T10:34:00.005-02:002009-12-24T11:17:08.677-02:00A Arte da Digestão Transcendental<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjW08hmFAV2ZT7nMbfoAuFxpgD_8C5uF_vaXAPdUmcb4XiqrLIIbjNhLzy5bPw17Ez0I4AT5cIaFH8o7sLKeetAqa7h_y1bYnFb7QqRLeWRokzelAb9pDkXucaEwx8h9odnkEiRaIUsQsY/s1600-h/Imagem005.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 216px; height: 177px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjW08hmFAV2ZT7nMbfoAuFxpgD_8C5uF_vaXAPdUmcb4XiqrLIIbjNhLzy5bPw17Ez0I4AT5cIaFH8o7sLKeetAqa7h_y1bYnFb7QqRLeWRokzelAb9pDkXucaEwx8h9odnkEiRaIUsQsY/s320/Imagem005.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5418618105089783394" border="0" /></a>Estava eu a circular num grande centro comercial quando, ao colidir o carrinho de compras que estava eu a utilizar contra o carrinho de uma alucinada consumidora, pude perceber o quanto tal supermercado diminuiu o espaço de circulação interna em prol de prateleiras e balaios com mais produtos à venda. As prateleiras convencionais já não se sustentam por si só; é necessário ocupar cada espaço, de cada corredor, com produtos que são empurrados ao consumir como se estivessem a gritar: <span style="font-style: italic;">compra-me!</span> <span style="font-style: italic;">consome-me!</span> <span style="font-style: italic;">devora-me!</span> Tal situação fez-me perceber que o nível de intoxicação consumista atinge níveis elevados em tais estabelecimentos e que, na verdade, tal situação não ocorre apenas com produtos físicos, mas igualmente com aquilo que a indústria rotulou de entretenimento. <p class="MsoNormal"> </p> <p class="MsoNormal">E, ao pensar em todo este estado de coisas, lembrei-me de festas, viagens e momentos de lazer, quando se consome até <span style="font-style: italic;">o momento</span> através de máquinas digitais, pois tiramos cada vez mais fotografias, em geral na resolução mais alta que o produto suporta, mas não investimos em aprender a utilizar os recursos que tais máquinas oferecem e, não raro, ocorre uma inquetação quando alguém se propõe a buscar a melhor configuração antes do disparo. Ao querer registrar tudo o que se vive, acaba-se por não se viver o momento pura e simplesmente. De forma semelhante, desejamos acesso à internet com banda larga com velocidades de 3, 5 ou 10 megabits para poder baixar mais e mais coisas; mas nem tempo possuímos para consumir tudo que se está a baixar. Unidades de armazenamento lotadas de filmes que não veremos, de músicas que não escutaremos ou de livros que não leremos. Às vezes, a simples sensação de obter algo e possuir a ilusão de poder usufruí-lo a qualquer tempo torna-se mais constante que o prazer ímpar de descobrir as sensações e reflexões que estão ocultas em tais manifestações humanas que estão, ou deveriam estar, à margem da sociedade de consumo.</p> <p class="MsoNormal"> </p> <p class="MsoNormal">Meu alter ego acredita que a rejeição pragmática de tudo que é vendido pela indústria de consumo é a melhor estratégia para quem deseja manter-se desintoxicado do lixo que a sociedade de consumo produz diariamente. Vivemos num momento ímpar na história da humanidade, onde o conhecimento está disponível facilmente; o desafio, hoje, é por selecionar aquilo que deve ser visto, lido ou escutado, abrindo espaço para a digestão intelectual necessária a quem deseja não se tornar apenas um macaco consumidor de qualquer imundície que lhe seja oferecida.</p> <p class="MsoNormal"> </p> <p class="MsoNormal">Meu alter ego orgulha-se dos livros que não leu, dos filmes que não assistiu e das músicas que não ouviu. Meu alter ego quer redescobrir aquilo que meu ego pensa que já descobriu. Viver como alguém que está preso numa ilha deserta: o que levar consigo sabendo-se que não haverá nada mais a consumir ao longo dos anos? Pois estar em tal ilha é perceber a finitude da própria existência, longe dos ideais contemporâneos de consumo fútil e doentio. A simples idéia de consumir a mesma coisa por várias vezes repetidamente já causa asco na maioria dos mortais, pois seria necessário utilizar-se de uma habilidade que é contrária ao que a sociedade de consumo ensina: a arte da digestão transcendental, isto é, pensar nas razões do criador, nos motivos explícitos ou implícicos, nas coincidências e referências, pensar e repensar dez vezes a mesma questão, sem uma razão ou motivo que não seja o simples prazer de aprofundar-se no abismo existencial que tais criações remetem. Sem uma utilidade, um objetivo, uma razão, porém com o pleno sentimento de digerir adequadamente aquilo que se está, não a consumir, mas a contemplar.</p><span style="color: rgb(51, 0, 153);">Namaste!</span><div class="blogger-post-footer">Chá das Cinco com Pimenta - Por Advocatus Diaboli</div>bluebirdhttp://www.blogger.com/profile/16799168827305273020noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1338773730565162607.post-10676211374875111822009-10-10T21:20:00.018-03:002009-10-11T20:07:12.160-03:00O Clube da Beleza<blockquote><span style="font-style: italic;font-size:85%;" >"I need to remember. Sometimes there's so much beauty in the world.</span><span style="font-size:85%;"> </span><span style="font-style: italic;font-size:85%;" >I feel Iike I can't take it and my heart is just going to cave in."</span><span style="font-size:85%;"><br /><br />Ricky Fitts ao mostrar o seu mais belo vídeo para Jane Burnham</span><br /></blockquote><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzf3HTQwD4udObeEYEoUgp6CYV4WDgoDktNwXfu3GR65dYkDe9yZxYXRbS39KeVnpZ-bCTblqFqoTikFLgXbEGLd_EF2ONHGJ6jE8u1j-69fSybgK9ilqlnog1JLXhzKKJx02U0dOiKBM/s1600-h/plastic-bag-scene1.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 223px; height: 106px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzf3HTQwD4udObeEYEoUgp6CYV4WDgoDktNwXfu3GR65dYkDe9yZxYXRbS39KeVnpZ-bCTblqFqoTikFLgXbEGLd_EF2ONHGJ6jE8u1j-69fSybgK9ilqlnog1JLXhzKKJx02U0dOiKBM/s320/plastic-bag-scene1.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5391131625385169794" border="0" /></a>1999 foi um grande ano na história do cinema. Naqueles dias, havia um clima de inquietação no ar, as pessoas estavam ansiosas para a <span style="font-style: italic;">virada</span> de século e milênio, na esperança que tal evento modificasse alguma coisa em suas vidas. Na prática, como se sabe, a virada só ocorreu na passagem de 2000 para 2001, apesar de grande parte da humanidade ter comemorado um ano antes. <span style="font-style: italic;">A humanidade gosta mais de ver gestos que ouvir razões</span> é uma frase de Nietzsche que se aplica com maestria nesse caso.<br /><br />Para o cinema, 1999 foi o ano do último trabalho de Stanley Kubrick, <a href="http://www.imdb.com/title/tt0120663/"><span style="font-style: italic;">Eyes Wide Shut</span></a> (De Olhos Bem Fechados); a obra-prima de Almodóvar e o seu <a href="http://www.imdb.com/title/tt0185125/"><span style="font-style: italic;">Todo Sobre Mi Madre</span></a>; <a style="font-style: italic;" href="http://www.imdb.com/title/tt0175880/">Magnolia</a>, espetacular em seus 188 minutos, do diretor Paul-Tomas Anderson. Grandes filmes que estava eu a rever recentemente. Meu alter ego acredita que uma película que não merece ser revista não deve sequer ser vista. Afinal, se aquilo que se vê não é capaz de, senão transformar o sujeito, ao menos lhe instigar a pensar em algo diferente, então se trata apenas de entretenimento. E somente um macaco de zoológico gostaria de entreter-se, pura e simplesmente.<br /><br />E outras duas boas películas de 1999 são dois filmes que possuem algumas semelhanças interessantes entre si: <a style="font-style: italic;" href="http://www.imdb.com/title/tt0169547/">American Beauty</a> (Beleza Americana) e <a style="font-style: italic;" href="http://www.imdb.com/title/tt0137523/">Fight Club</a> (Clube da Luta). Ambos retratam a história de homens comuns, que <span style="font-style: italic;">venceram na vida</span>, atingindo o ideal estadunidense de bom emprego, carro do ano e estabilidade financeira, porém são profundamente infelizes existencialmente. Meu alter ego acredita inclusive que Jack é na realidade Lester Burnham mais jovem, caso o primeiro não tivesse sofrido forte intervenção de seu alter ego.<br /><p class="MsoNormal"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpOaYm1wk-_K8ZMZihemLaDiIAZM9UkjQq60qibzQ_eZm15bv-43TeQBeNYKfLDztRqNDGRDQyP3Sdmci9X6r7Xjn-vnLOirRL56egtrpPKxbWSeHW9bQ8Kb8VTRLHCe8_dRo4yQOEqj0/s1600-h/americanBeauty.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 254px; height: 172px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpOaYm1wk-_K8ZMZihemLaDiIAZM9UkjQq60qibzQ_eZm15bv-43TeQBeNYKfLDztRqNDGRDQyP3Sdmci9X6r7Xjn-vnLOirRL56egtrpPKxbWSeHW9bQ8Kb8VTRLHCe8_dRo4yQOEqj0/s320/americanBeauty.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5390815140979669154" border="0" /></a>Imagine-se o sofrimento pelo qual passa um indivíduo cujo maior prazer de seu dia é masturbar-se no banho matinal antes de se deslocar ao trabalho (<span style="font-style: italic;">It's all downhill from here</span>). Ou ainda do jovem Lester, que possui tudo aquilo que poderia desejar, mas precisar consumir mais e mais, comprando coisas para o seu apartamento, de modo a torná-lo cheio como uma maneira de mascarar o próprio vazio de sua existência. Um está sedado e o outro não consegue dormir. Uma jovem ninfeta e o seu poder de sedução colocam o velho Jack de volta à vida, fazendo-o sentir o prazer perdido em sua juventude. Grupos de ajuda para alcoólatras ou <span style="font-style: italic;">cancerígenos</span> tem o poder de acalmar o jovem Lester e fazê-lo dormir novamente (<span style="font-style: italic;">Babies don't sleep this well</span>). É que, para ele, perceber o sofrimento humano frente a frente o ajuda a resgatar a sua humanidade. Tal estratagema, em verdade, cai por terra quando o jovem Lester percebe que uma outra pessoa também utiliza da mesma farsa para se sentir melhor. Marla é o alter ego feminino dele e a sua presença em seus grupos de apoio anulam o efeito catártico e, assim, a insônia volta a atacar-lhe implacavelmente.</p><p class="MsoNormal">Para o velho Jack, a questão se resolve quando volta a fumar maconha, praticar exercícios físicos, escutar <span style="font-style: italic;">rock and roll </span>e libertar-se da dominação de sua mulher e conseqüente casamento frustrado. Para o jovem Lester, o problema é um pouco mais complexo: fico a imaginar a dor de alguém que explode com sua vida ao forjar um acidente em seu próprio apartamento, o qual possuia todas as suas coisas mais valiosas (<span style="font-style: italic;">that condo was my life</span>)! A explosão, arquitetada por seu alter ego, representa a opção radical de zerar uma vida estúpida e sem sentido. Mas simplesmente aceitar tal verdade significaria morrer efetivamente e a única maneira possível de isso acontecer foi através do seu alter ego, criando uma situação psicológica na qual se está deixando um estilo de vida por uma fatalidade e não por uma opção consciente. Afinal, quem em sã consciência explodiria o seu próprio apartamento e todas as suas coisas?</p><p class="MsoNormal"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmU67iWTEjdUsbDuamRmKRohLk8CnKGLIX-_0a2qR0XFYTc_hKJNzFR9y8tJwj_6nBxslbW9JAHs7ynUpSk7Lt0crdu3IPHIGh6fEyoEror5-YQCF4oU41e8p0aZXuSJJFynqFxlfrQLk/s1600-h/ScreenShot156.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 221px; height: 150px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmU67iWTEjdUsbDuamRmKRohLk8CnKGLIX-_0a2qR0XFYTc_hKJNzFR9y8tJwj_6nBxslbW9JAHs7ynUpSk7Lt0crdu3IPHIGh6fEyoEror5-YQCF4oU41e8p0aZXuSJJFynqFxlfrQLk/s320/ScreenShot156.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5391156821172522690" border="0" /></a>A insatisfação manifestada por ambos personagens é, na realidade, uma insatisfação social contra um modelo de sociedade que é dominado pelo sistema financeiro e pelas grandes corporações, onde tudo se justifica pelo lucro, onde tal escória ousa determinar o que é <span style="font-style: italic;">certo</span> e o que é<span style="font-style: italic;"> errado</span>. E é curioso que a sociedade <span style="font-style: italic;">livre</span>, que se orgulha de ser <span style="font-style: italic;">democrática</span> e de permitir aos indivíduos a liberdade de escolha, tornou-se a sociedade mais desigual de toda a história da humanidade! E muitos acreditam que pelas vias <span style="font-style: italic;">democráticas</span> conseguirão mudar o status quo... Na verdade, louqueja meu alter ego, para se mudar qualquer coisa é preciso primeiramente mudar-se a si mesmo. Até hoje a humanidade acreditou que modelos políticos e sociais pudessem transformar o homem... Lester e Jack mostram que a transformação individual diante da realidade opressora da sociedade contemporânea talvez seja a resposta mais apropriada para quem deseja transcender aos ordinários valores que lhes são impostos em suas vidas.<br /></p><p class="MsoNormal">O cerne da questão de ambas películas está na insatisfação do homem contemporâneo com o estilo de vida da sociedade de consumo, que tem nos Estados Unidos o país exportador por excelência do modelo <span style="font-style: italic;">american way of life</span>. Ter um bom emprego, o carro do ano, <span style="font-style: italic;">vencer</span> na carreira e com isso ganhar dinheiro para poder comprar coisas é <span style="font-style: italic;">tudo</span> que alguém desejaria? E as questões existenciais? E as questões filosóficas? E a verdadeira arte? Há algum espaço nesse modelo de sociedade para estas coisas que são em essência inúteis? Tal sociedade utilitarista simplesmente rejeita tudo que não tiver caráter utilitarista... Ricky, o voyeur que filmava coisas estranhas e percebia beleza onde ninguém mais percebia, diz que precisa se lembrar que há muita beleza no mundo. Cercado de falsidade e superficialidade, não pode esquecer que há na vida muito mais que aquilo que a mediocridade corrente o faz crer. Assim como a sociedade contemporânea simplifica tudo, quantifica tudo, <span style="font-style: italic;">produtifica</span> tudo, presa a dicotomias próprias da razão cartesiana, é preciso lembrar-se que a arte, em uma visão transcedental da vida, é justamente o que torna possível a própria existência e que tal existência pode ser rica em sentimentos, emoções e idéias, que estão à margem da sociedade contemporânea, cuja fragilidade e superficialidade foram tão bem retratadas em <span style="font-style: italic;">American Beauty</span> e <span style="font-style: italic;">Fight Club</span>.</p><p style="color: rgb(0, 0, 153);" class="MsoNormal">Namaste!</p><p class="MsoNormal">____________________________________<br /><span style="color: rgb(204, 0, 0);" class="texto_titulo">Clube da Luta <span style="color: rgb(0, 0, 0);">(Fight Club,</span></span><span style="color: rgb(0, 0, 0);" class="texto_italico"> 1999)</span><br /><br />» <span style="font-weight: bold;">Direção</span>: David Fincher<br /><span class="texto_subtitulo"><span class="marcador">»</span> <span style="font-weight: bold;">Roteiro</span>:</span> Jim Uhls, baseado em livro de Chuck Palahniuk<br /><span class="texto_subtitulo"><span class="marcador">»</span> <span style="font-weight: bold;">Gênero</span>:</span> Drama<br /><span class="texto_subtitulo"><span class="marcador">»</span> <span style="font-weight: bold;">Origem</span>: Estados Unidos</span><br /><span class="texto_subtitulo"><span class="marcador">»</span> <span style="font-weight: bold;">Duração</span>:</span> 140 minutos<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEia6tJOQBLIyhtfMbjRQepm2j2hux6BtAbQy-AIZiV6r4O8bDyITbyVSTX1rbGanpIOCoOlS_mBSg2PTVESXKY_3DjuDR8xUEsqyW4H0tFzvoXTuYNlb6V7FhhTe9DRfmYiL-HADGsa16U/s1600-h/clubedalutaposter01_thumb.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 116px; height: 170px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEia6tJOQBLIyhtfMbjRQepm2j2hux6BtAbQy-AIZiV6r4O8bDyITbyVSTX1rbGanpIOCoOlS_mBSg2PTVESXKY_3DjuDR8xUEsqyW4H0tFzvoXTuYNlb6V7FhhTe9DRfmYiL-HADGsa16U/s320/clubedalutaposter01_thumb.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5391125130598369346" border="0" /></a><span class="texto_subtitulo"><span class="marcador">»</span> <span style="font-weight: bold;">Sinopse</span>:</span> <span class="style3">Jack (Edward Norton) é um executivo yuppie, trabalha como investigador de seguros, mora confortavelmente, mas sua ansiedade o faz conviver com pessoas problemáticas como a viciada Marla Singer (Helena Bonham Carter) e a conhecer estranhos como Tyler Durden (Brad Pitt). Misterioso e cheio de ideias, Tyler apresenta para Jack um grupo secreto que se encontra para extravasar suas angústias e tensões através de violentos combates corporais.</span><br />Fonte: <a href="http://www.adorocinema.com/filmes/clube-da-luta/">Adoro Cinema</a></p><p class="MsoNormal"><span style="color: rgb(204, 0, 0);" class="texto_titulo"><br />Beleza Americana <span style="color: rgb(0, 0, 0);">(American Beauty,</span></span><span style="color: rgb(0, 0, 0);" class="texto_italico"> 1999)</span><br /><br />» <span style="font-weight: bold;">Direção</span>: Sam Mendes<br /><span class="texto_subtitulo"><span class="marcador">»</span> <span style="font-weight: bold;">Roteiro</span>:</span> Alan Ball<br /><span class="texto_subtitulo"><span class="marcador">»</span> <span style="font-weight: bold;">Gênero</span>:</span> Drama<br /><span class="texto_subtitulo"><span class="marcador">»</span> <span style="font-weight: bold;">Origem</span>: Estados Unidos</span><br /><span class="texto_subtitulo"><span class="marcador">»</span> <span style="font-weight: bold;">Duração</span>:</span> 121 minutos<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7rAF8yuQHQUSRBZhrNfD2JJBkJcdYVde7bDS2eWHRxmSD57fd8tw7CfMJg0y50MwVwVj2GQsl3bzGGAfZqpZH8yusn-8ACPIDC6Vt22mLCqsCVQEsj3PuVKvMTvIL_nL9Bn9RZRcrAms/s1600-h/belezaamericanaposter01_thumb.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 113px; height: 170px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7rAF8yuQHQUSRBZhrNfD2JJBkJcdYVde7bDS2eWHRxmSD57fd8tw7CfMJg0y50MwVwVj2GQsl3bzGGAfZqpZH8yusn-8ACPIDC6Vt22mLCqsCVQEsj3PuVKvMTvIL_nL9Bn9RZRcrAms/s320/belezaamericanaposter01_thumb.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5391125013453920114" border="0" /></a><span class="texto_subtitulo"><span class="marcador">»</span> <span style="font-weight: bold;">Sinopse</span>:</span> Lester Burham (Kevin Spacey) não aguenta mais o emprego e se sente impotente perante sua vida. Casado com Carolyn (Annette Bening) e pai da "aborrecente" Jane (Tora Birch), o melhor momento de seu dia quando se masturba no chuveiro. Até que conhece Angela Hayes (Mena Suvari), amiga de Jane. Encantado com sua beleza e disposto a dar a volta por cima, Lester pede demissão e começa a reconstruir sua vida, com a ajuda de seu vizinho Ricky (Wes Bentley).<br />Fonte: <a href="http://www.adorocinema.com/filmes/beleza-americana/">Adoro Cinema</a> </p><div class="blogger-post-footer">Chá das Cinco com Pimenta - Por Advocatus Diaboli</div>bluebirdhttp://www.blogger.com/profile/16799168827305273020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1338773730565162607.post-73937875047908808392009-08-15T17:52:00.002-03:002009-08-16T13:18:56.649-03:00A Insustentável Leveza do EscafandroAssisti recentemente à película francesa <i>Le Scaphandre et le Papillon (O Escafandro e a Borboleta</i>), que versa sobre a história de Jean-Dominique Bauby: um homem ordinário que é vítima de um acidente vascular cerebral e perde a totalidade de movimentos do corpo, à exceção do movimento de um olho. Nenhum dano sofre a sua mente, que permite ao sujeito ver e ouvir tudo que se passa ao seu redor, sem - no entanto - poder interagir com qualquer pessoa de forma mais efetiva.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgq7cXPfQ0ah8ZlM_tOIzoBJek-GeeMdn6o8u3vYyRPbiGN9lSbFVGDuUt3eOkF0e2W9o84DatUH38CKPbQeDh7oOiskz3etjQCCqGvW4C-PUwrT3LDVMJYJwS2F6n17Ll-3C-6jQ97Wqs/s1600-h/escafandro01-300x200.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 266px; height: 177px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgq7cXPfQ0ah8ZlM_tOIzoBJek-GeeMdn6o8u3vYyRPbiGN9lSbFVGDuUt3eOkF0e2W9o84DatUH38CKPbQeDh7oOiskz3etjQCCqGvW4C-PUwrT3LDVMJYJwS2F6n17Ll-3C-6jQ97Wqs/s320/escafandro01-300x200.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5370276774449800818" border="0" /></a>Ao acordar e dar-se conta de sua situação fatídica, Jean-Dominique entra em profundo desespero. Uma enfermeira o ajuda a dizer palavras através do método binário <span style="font-style: italic;">sim</span> e <span style="font-style: italic;">não</span>, sendo uma piscadela para sim; duas, para não. As letras são soletradas uma a uma, em ordem de ocorrência da língua francesa. A primeira frase que Jean-Dominique <span style="font-style: italic;">olhetra</span> é <span style="font-style: italic;">eu quero morrer</span>. Com efeito, que razões deveriam existir para alguém em sua condição desejar continuar a viver? A morte para alguém <span style="font-style: italic;">já morto</span> seria a melhor opção. Afinal, a vida implica em movimento e sem movimento não há vida. Tudo que se move é vivo, tudo que está parado é morto. Com o passar dos dias, porém, Jean-Dominique passa a aceitar a sua condição e, após estabelecer um canal eficiente, ainda que lento, de comunicação, decide escrever um livro, no qual divaga a respeito de sua condição e de seus mais profundos e belos sentimentos sobre a vida e tudo que há.<br /><br />E, ao pensar e refletir sobre todo este estado de coisas, tive um devaneio no qual desejei por algum momento <span style="font-style: italic;">tornar-me</span> um escafandro e vivenciar a experiência única de morrer estando vivo. Afinal, como espectador da vida poderia visualizar toda a beleza e singularidade de tudo que há, numa contemplação sem fim. Depois disso, um dilema passou a consumir-me e não consigo parar de nele pensar: é preferível viver estando morto ou morrer estando vivo? Isto é, é preferível viver uma vida ordinária, desperdiçando horas e mais horas em escritórios sem vida, cujo único objetivo é produzir riquezas de modo a aumentar o lucro dos cães-acionistas; viver na neurose da sociedade contemporânea, repleta de violência e superficialidade; viver na sociedade de consumo e tornar-se a si mesmo um produto descartável e medíocre, ou morrer ao perder todos os movimentos, mas poder apreciar a vida, ter <span style="font-style: italic;">todo o tempo do mundo</span>, tornar-se para a vida um ser que observa e reflete sobre tudo que vê e sente e, como se isso não fosse o suficiente, poder escrever o livro mais inusitado da história do homem? Um livro que foi <span style="font-style: italic;">olhetrado</span> por alguém que divagou por horas pensando em encaixar as frases que deveriam compô-lo. Letra a letra, sílaba a sílaba, palavra a palavra.<br /><br />Tal dilema, embora esteja a me <span style="font-style: italic;">atormentar</span>, é motivo de riso pelo meu alter ego. É que para ele esse é um dilema <span style="font-style: italic;">falso</span>, pois estabelece duas condições que não são necessariamente contraditórias e não necessariamente conduzem ao mesmo fim. É possível, e muitas vezes necessário, ser um escafandro ao abster-se do movimento e contemplar pura e simplesmente tudo que há. Sem culpa, sem desejo e sem ansiedade. Por outro lado, ser um escafandro preso pelo sentimento de dever e submissão, vivendo uma vida sem a vontade de transcendência, em especial a transcendência pela arte, preso a valores falsos da sociedade de consumo, significa a morte antes de morrer. Nesse sentido, louqueja meu alter ego, Jean-Dominique viveu os melhores meses de sua vida quando esteve preso ao seu corpo, porém a sua mente, como uma borboleta, pôde voar através do pensamento reflexivo, da contemplação, da auto-crítica em relação ao seu estilo de vida anterior e, finalmente, da aceitação de sua condição de forma ímpar. É possível que o seu maior objetivo ao escrever o livro fosse transmitir a idéia de que o homem jamais deveria fazer ou aceitar uma situação cuja condição lhe impedisse de transcender e vivenciar o instante do estar-vivo com um sorriso próprio daqueles que jamais poderiam levar a vida a sério demais, daqueles que são descrentes de tudo, mas ainda assim buscam algum significado existencial para além da vida medíocre que é oferecida pela sociedade contemporânea.<br /><br />e s a r i <span style="color: rgb(0, 0, 153);">n</span><br />e s <span style="color: rgb(0, 0, 153);">a</span><br />e s r i n t u l o <span style="color: rgb(0, 0, 153);">m</span><br />e s <span style="color: rgb(0, 0, 153);">a</span><br />e <span style="color: rgb(0, 0, 153);">s</span><br />e s a r i n <span style="color: rgb(0, 0, 153);">t</span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 153);">e</span><br />____________________________________<br /><span style="color: rgb(204, 0, 0);" class="texto_titulo">O Escafandro e a Borboleta <span style="color: rgb(0, 0, 0);">(Le Scaphandre et le Papillon,</span></span><span style="color: rgb(0, 0, 0);" class="texto_italico"> 2007)</span><br /><br />» <span style="font-weight: bold;">Direção</span>: Julian Schnabel<br /><span class="texto_subtitulo"><span class="marcador">»</span> <span style="font-weight: bold;">Roteiro</span>:</span> Ronald Harwood, baseado em livro de Jean-Dominique Bauby<br /><span class="texto_subtitulo"><span class="marcador">»</span> <span style="font-weight: bold;">Gênero</span>:</span> Drama<br /><span class="texto_subtitulo"><span class="marcador">»</span> <span style="font-weight: bold;">Origem</span>: França</span><br /><span class="texto_subtitulo"><span class="marcador">»</span> <span style="font-weight: bold;">Duração</span>:</span> 112 minutos<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSnTdMvCZaFBqNJiU8TwTqVwr5ZJCJSAAJ3EvnXeJxVYizYda-4OjdwOEMaA2GDqcaTAqp6LRx6yLF4b9yAW5YXHoIhrl7EBehJAjHpfEdwrINxZHtJDaOog488fCTXshFoL4XXHfi9sA/s1600-h/1245081866_escafandroeaborboletaposter01_thumb.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 127px; height: 170px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSnTdMvCZaFBqNJiU8TwTqVwr5ZJCJSAAJ3EvnXeJxVYizYda-4OjdwOEMaA2GDqcaTAqp6LRx6yLF4b9yAW5YXHoIhrl7EBehJAjHpfEdwrINxZHtJDaOog488fCTXshFoL4XXHfi9sA/s320/1245081866_escafandroeaborboletaposter01_thumb.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5370280534007401826" border="0" /></a><span class="texto_subtitulo"><span class="marcador">»</span> <span style="font-weight: bold;">Sinopse</span>:</span> <span class="style3">Jean-Dominique Bauby (Mathieu Amalric) tem 43 anos, é editor da revista Elle e um apaixonado pela vida. Mas, subitamente, tem um derrame cerebral. Vinte dias depois, ele acorda. Ainda está lúcido, mas sofre de uma rara paralisia: o único movimento que lhe resta no corpo é o do olho esquerdo. Bauby se recusa a aceitar seu destino. Aprende a se comunicar piscando letras do alfabeto, e forma palavras, frases e até parágrafos. Cria um mundo próprio, contando com aquilo que não se paralisou: sua imaginação e sua memória.</span><br /><br />Fonte: <a href="http://www.adorocinema.com/filmes/escafandro-e-a-borboleta">Adoro Cinema</a><div class="blogger-post-footer">Chá das Cinco com Pimenta - Por Advocatus Diaboli</div>bluebirdhttp://www.blogger.com/profile/16799168827305273020noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1338773730565162607.post-68657742832549229892009-04-24T14:00:00.006-03:002009-04-26T23:42:14.161-03:00A Arte que Transcende<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgML4v6MvUM8gJg5zxPAS38m5pijMc5PAJ7xuoe1oyQkGKYIXhvnCjZjMyULCywZoBv2N_Nw-QlmgjgcRgcJ6ivjNvQLUy5_OBp3xzi6zECxlOz01yfXPZi9tRHiNtHNg7ZleF38rJfPi0/s1600-h/529px-The_Pirate_Bay_logo.svg.png"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 180px; height: 205px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgML4v6MvUM8gJg5zxPAS38m5pijMc5PAJ7xuoe1oyQkGKYIXhvnCjZjMyULCywZoBv2N_Nw-QlmgjgcRgcJ6ivjNvQLUy5_OBp3xzi6zECxlOz01yfXPZi9tRHiNtHNg7ZleF38rJfPi0/s320/529px-The_Pirate_Bay_logo.svg.png" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5328060927890691218" border="0" /></a>Estava eu a navegar despreocupadamente na grande rede quando deparei-me com <a href="http://www.abril.com.br/noticias/tecnologia/criadores-the-pirate-bay-sao-condenados-360196.shtml">a notícia da condenação</a> em primeira instância dos idealizadores do <a href="http://thepiratebay.org/">The Pirate Bay</a>, sítio que funciona como um buscador de arquivos que utiliza a tecnologia <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/BitTorrent"><span style="font-style: italic;">BitTorrent</span></a> e possibilita a milhões de pessoas em todo mundo compartilhar arquivos através da conexão direta entre usuários (também conhecida como p2p - <span style="font-style: italic;">peer to peer</span>). Do lado oposto, a grande indústria de sanguessugas do entretenimento estadunidense (formada por Sony BMG, Universal, EMI, MGM, entre outros, etc.) continua a sua caçada na tentativa de impedir que as pessoas compartilhem aquilo que ela chama de produto e rotula de propriedade intelectual para restringir o acesso a arte produzida.<br /><br />Ao ler a repercussão do caso, ocorreu-me pensar a respeito da arte. Então comecei a me questionar e perguntei a mim mesmo: a arte não é tudo aquilo que o espírito humano pode produzir cujo principal objetivo é a transcendência em razão da perplexidade do estar-vivo? E o artista não é aquele que ama mais a sua obra do que a si mesmo, pois dessa forma atinge a transcendência? Na nojenta sociedade capitalista, a arte é colocada numa caixa e rotulada como <span style="font-style: italic;">produto</span>, cujo sucesso é proporcional às vendas que tal <span style="font-style: italic;">produto</span> atinge. Com esse pensamento, a manifestação artística está limitada a um grupo restrito de indivíduos que podem pagar o preço para obtê-la. E não podem, segundo o direito intelectual, compartilhar com amigos o <span style="font-style: italic;">produto</span> adquirido, devendo consumi-lo individualmente e, preferencialmente, sem alarde.<br /><br />Considero o verdadeiro artista alguém que, por amar a sua obra mais que a si mesmo, transcende a estupidez ordinária do cruel tipo homem. E a sua obra é fruto de seu esforço, dedicação e inspiração. Merece, pois, ter seu trabalho reconhecido e remunerado. Quando milhares de pessoas têm acesso a tal conteúdo, ocorre o reconhecimento por excelência de todo verdadeiro artista. Triste a sociedade que não vive intensamente as manifestações artísticas e não valoriza seus artistas. Meu alter ego devaneia que uma sociedade sadia é aquela que reconhece e permite que seus artistas vivam e supram suas necessidades sem precisar corromperem-se na capitalização do homem e seus <span style="font-style: italic;">produtos</span>. Um CD ou DVD que venda milhares de cópias é sinônimo de sucesso; porém, isso é apenas um dado relevante no universo capitalista e para quem acredita nesse modelo de sociedade. Uma músicas ou filme que seja compartilhado por milhares de pessoas é, igualmente, um sucesso. Nesse caso, exclui-se da arte o <span style="font-style: italic;">componente</span> de produto, pois é apenas o desejo de indivíduos de transcender com o que é belo que motiva as pessoas a compartilhar entre si a arte que ajuda a sua transcendência.<br /><br />A indústria de sanguessugas, em especial a estadunidense, quer limitar o acesso das pessoas e embutir a idéia que compartilhar arte é um crime, já que são as detentoras dos <span style="font-style: italic;">direitos </span>autorais de tais obras. Muitas vezes, adquirem tais direitos dos próprios artistas, que sendo os criadores <span style="font-style: italic;">perdem</span> a propriedade sobre seus <span style="font-style: italic;">produtos</span>. Meu alter ego questiona-se se alguém pode ser dono de uma obra de arte, inclusive o seu próprio criador. Afinal, ninguém pode nada criar sozinho; toda inspiração e idéias que ajudam o artista a conceber o seu trabalho é resultado direto do meio que o sujeito está inserido; as suas experiências, vivências e sentimentos são fruto de sua existência em sociedade. Ora, jamais se ouviu falar que Platão, Newton ou Schopenhauer reclamaram direitos autorais sobre suas idéias. Nesse sentido, a sociedade contemporânea representa um modelo decadente no qual o direito autoral é um entrave na elevação da condição humana através da arte. Na verdade, <span style="font-style: italic;">pensamos</span> que pensamos, <span style="font-style: italic;">pensamos</span> que criamos e <span style="font-style: italic;">pensamos</span> que somos donos de nossos supostos pensamentos. E por <span style="font-style: italic;">pensar</span> assim, julgamo-nos detentores de obras de arte e decidimos quem pode e quem não pode acessá-la. Mas na realidade toda idéia que esteja manifestada dessa forma é de propriedade da humanidade, e não de indivíduos ordinários que nada criam e visam apenas ao lucro com a exploração do trabalho alheio.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIK4yt5cs3Zz9GLtyCA5YBXUfIVP5cJ4YycVdOpcJyVNLPmXQMy93qVBGWg6VUJ5uFHX7VzDL2rfXVdkgSjAYbxiMoamiDgBgCUshV84I0a04PjY0XsBiXlUVgTJVRvDdomdWRwq8_wIY/s1600-h/ThePirateBay.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 263px; height: 166px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIK4yt5cs3Zz9GLtyCA5YBXUfIVP5cJ4YycVdOpcJyVNLPmXQMy93qVBGWg6VUJ5uFHX7VzDL2rfXVdkgSjAYbxiMoamiDgBgCUshV84I0a04PjY0XsBiXlUVgTJVRvDdomdWRwq8_wIY/s320/ThePirateBay.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5328058539485395634" border="0" /></a>Infelizmente nem toda manifestação artística pode ser reproduzível tão facilmente como uma poesia, um filme ou uma música; eventos que só se justificam no momento em que ocorrem, como peças de teatro ou apresentações de dança, ou ainda as artes plásticas, que produzem exemplares únicos. Para as demais categorias, no entanto, a Grande Rede representa um momento ímpar na história da humanidade por possibilitar o compartilhamento de arquivos entre amigos virtuais. Naturalmente, tal fenômero incomoda as grandes gravadoras e estúdios, pois lhes <span style="font-style: italic;">rouba</span> o mercado da exploração artística e, assim, diminui seus lucros de forma astronômica. O Pirate Bay, assim como outros sítios do gênero, é temporário. Pode ser eliminado por decisões judiciais. O desejo, que deveria ser uma necessidade, de transcender através de arte é inato ao ser humano, e quiçá nunca se extinguirá. Uma vez que a Grande Rede proporciona os meios necessários à realização de tal desejo, não haverá nenhuma empresa, cão-acionista ou juiz de direito capaz de frustrar o direito de transcendência. Os pseudo-artisitas que apenas desejam fama e dinheiro estão condenados ao fracasso, pois o modelo no qual produzem a sua pseudo-arte está morrendo. Então, pois, que dêem espaço ao verdadeiro artista, aquele que transcende a si mesmo através de seu trabalho e não visa ao lucro acima de tudo, mas essencialmente à transcendência de si e de seus semelhantes. Este será recompensando e terá o seu reconhecimento através de outros mecanismos que não a pura e simples venda de <span style="font-style: italic;">produtos</span>.<br /><br />É falsa a idéia de que o artista <span style="font-style: italic;">morrerá de fome</span> ao não poder vender sua obra em forma de <span style="font-style: italic;">produto</span>; tal idéia é inclusive o maior <span style="font-style: italic;">argumento</span> da indústria sanguessuga. Na verdade, a indústria remunera o artista com migalhas de centavos do grande bolo que é a venda de arte como <span style="font-style: italic;">produto</span>, isto é, a produção em série de enlatados cujo objetivo é aniquilar o espírito transcendental da verdadeira arte. Compete também ao artista e a sociedade que compartilha livremente o resultado de seu trabalho encontrar um novo mecanismo de remuneração ao artista. Dessa forma, elimina-se o atravessador que nada cria e possibilita ao verdadeiro artista manter-se ativo com seu trabalho e, igualmente, um universo maior de pessoas podem acessar-lhe e contribuir para uma sociedade na qual a arte assuma um papel de agente transcendental e não de <span>mero</span><span style="font-style: italic;"> </span><span>produto de entreterimento</span>, como hoje ocorre.<br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 153);">Namaste!</span><br /><br />____________________________________<br /><span style="font-size:85%;"><span style="font-weight: bold;">Louquejares Relacionados</span><br /><br /><span style="font-weight: bold;">#</span><a style="font-weight: bold;" href="http://www.blogger.com/%20http://chadascincocompimenta.blogspot.com/2008/03/o-artista-obra-e-grande-rede.html%20"> </a><a style="font-weight: bold;" href="http://chadascincocompimenta.blogspot.com/2008/03/o-artista-obra-e-grande-rede.html">O Artista, a Obra e a Grande Rede</a></span><span style="font-size:85%;"><a style="font-weight: bold;" href="http://www.blogger.com/%20http://chadascincocompimenta.blogspot.com/2008/03/o-artista-obra-e-grande-rede.html%20"><br /></a><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 51);">"Ao assistir a festa estadunidense do Oscar 2008 resolvi fazer o que já tinha feito no ano anterior, isto é, selecionar alguns filmes para assistir. Naturalmente o único local onde consegui localizar tais filmes foi na Grande Rede, através de programas de compartilhamento de arquivos.</span></span><span style="color: rgb(51, 51, 51);">"</span><div class="blogger-post-footer">Chá das Cinco com Pimenta - Por Advocatus Diaboli</div>bluebirdhttp://www.blogger.com/profile/16799168827305273020noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1338773730565162607.post-7491132281398262182009-03-30T14:08:00.017-03:002009-04-03T16:48:36.724-03:00O Homem e a Mente<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7VuYLDEcfzVVkRtHZlDVBjYzXDCx8F72SY8SURboPncMwf6lIXfRdLMFQbtm5uE1FJDhCr_0CBK2LmERKraPFid5x8aw7rHLugaVjsh3QpIE77rxD6nDMeIe_XwRaBLZ-HKSuB5NQCbk/s1600-h/osho.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 198px; height: 152px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7VuYLDEcfzVVkRtHZlDVBjYzXDCx8F72SY8SURboPncMwf6lIXfRdLMFQbtm5uE1FJDhCr_0CBK2LmERKraPFid5x8aw7rHLugaVjsh3QpIE77rxD6nDMeIe_XwRaBLZ-HKSuB5NQCbk/s320/osho.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5319888163056555954" border="0" /></a>Estava eu a observar o lusco-fusco de um dia comum quando, ao organizar algumas coisas, deparei-me com um livro atribuído a <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Osho">Bhagwan Shree Rajneesh</a>, também conhecido como Osho, chamado <span style="font-style: italic;">Além das Fronteiras da Mente</span>. Comecei a lê-lo por curiosidade, já que nada conhecia a respeito de seu autor. Osho é considerado um líder espiritual para uns, revolucionário para outros. Em relação a suas idéias, a principal contida nesse livro é a idéia de não-mente e como tal idéia pode levar o cruel tipo homem ao caminho da iluminação.<br /><br />Por não-mente entende-se o estado de consciência no qual a mente que possuímos é colocada em segundo plano e nenhum pensamento, sentimento, absolutamente nada, pode interferir nesse estado de consciência que se deseja obter. Para os budistas, alguém se torna um buda quando atinge tal estado. Sidarta Gautama é freqüentemente chamado de <span style="font-style: italic;">o buda</span>, pois é a primeira pessoa que se sabe a ter atingido tal estado. Mas Osho não se considera <span style="font-style: italic;">um budista</span>, nem tampouco segue religiões, pátrias, ideologias ou filosofias. Osho orienta seus seguidores a buscar apenas e exclusivamente o caminho da iluminação pessoal, utilizando como técnica a meditação, que é uma forma de se obter o esvaziamento da mente.<br /><br />Tal estado de não-mente é deveras difícil de ser obtido. Nascemos sem mente e com um cérebro e a sociedade encarrega-se de moldá-la ensinando-nos <span style="font-style: italic;">todas as coisas do mundo</span>, de modo a que nossa mente, que julgamos precisamente que seja nossa, fique tão ocupada com pensamentos, preconceitos morais, deturpações, sentimentos dos mais variados tipos etc. que não consiga sequer perceber que tudo que existe para o homem é apenas a forma como ele interpreta as coisas que os cercam. Isto é, o homem criou o mundo tal qual ele conhece; criou inclusive o conceito de deus e engana-se continuamente acreditando que deus criou o homem!<br /><br />Um dia é definido com 24 horas, mas se sabe que, na realidade, o intervalo de tempo que se convencionou chamar de dia é apenas uma ficção, uma convenção, isto é, na realidade não existe um dia de 24 horas, mas apenas o nome e suas propriedades que a espécie humana julgou conveniente em determinado momento. A matemática e a lógica são, ambas, ficções a respeito da realidade das coisas, interpretações interessantes sobre determinados fenômenos, mas, ainda assim, não passam de interpretações. Assim como as religiões e seus deuses, juntamente com seus dogmas, não passam de interpretações, meras especulações a respeito do estar-vivo. Algumas são ridículas e patéticas, como o lixo demencial relacionado ao christianismo; outras mais interessantes e respeitáveis, como a idéia de luta contra o sofrimento, princípio essencial do budismo.<br /><br />Meu alter ego vê semelhanças interessante entre o método de Osho de esvaziamento da mente e a contestação da realidade que cerca o homem, num esforço consciente que os verdadeiros filósofos devem fazer para atingir alguns de seus propósitos, sendo um dos mais importantes a destruição dos preconceitos morais, sociais, religiosos e científicos, num esforço contínuo de, em certa análise, também esvaziar a sua própria mente. No entanto, tal método busca, em essência, o término do sofrimento, partindo da premissa budista que viver implica em sofrer. Ora, para fazer isso, não há outro caminho a não ser a destruição do desejo, pois o sofrimento humano existe porque existe o desejo.<br /><br />Zaratustra, o <span style="font-style: italic;">herói</span> nietzschiniano que passou dez anos na montanha, vivendo com animais, retornou ao convívio dos homens ordinários anunciando o além-do-homem e não foi compreendido. Ora, o que Zarathustra lá fazia que não meditar e esvaziar a sua mente? Ambos, Osho e Zarathustra pretendem a superação do cruel tipo homem; cada um a seu modo, mas ambos envergonham-se do tipo homem e pretendendo superá-lo. Um, desprezando o desejo; outro, amando-o a cada momento. E neste ponto reside uma grande divergência com o fundamento budista do desejo: não estaria, o homem, ao matá-lo, matando também a própria vida? Pois a própria vida, como a conhecemos, não é <span style="font-style: italic;">puramente desejo</span>? Não me refiro aos desejos fúteis presentes na sociedade capitalista, consumista e mecanicista dos dias atuais, que vê no dinheiro uma justificativa em si, que busca adquirir coisas a todo custo e nunca se satisfaz com aquilo que obtém, que vive miseravelmente com uma multidão de miseráveis e protege-se cada vez mais a si e ao seu <span style="font-style: italic;">patrimônio</span>, e ainda julga que vive numa sociedade livre! Refiro-me aos desejos mais nobres do tipo homem, como o desejo do conhecimento, o desejo da arte, do belo, do riso, do sexo... Osho poderia dizer que tais desejos não são, de fato, desejos: são necessidades do espírito humano. Mas a linha tênue que separa o conceito de necessidade e desejo faz-me questionar freqüentemente a respeito da luta contra sofrimento; aceitar os desejos mais nobres como algo essencial à vida, aceitando o sofrimento inato que tal escolha representa, ou retornar ao estado animal de não-mente e, assim, evitar totalmente o sofrimento? Ao que me lembrei de algumas palavras de Zaratustra, no capítulo <span style="font-style: italic;">Da Visão e do Enigma</span>:<br /><br /><blockquote style="font-style: italic;">"...Oh, meus irmãos, eu ouvia um riso que não era um riso de homem — e, agora, devora-me uma sede, um anseio, que nunca se extinguirá.<br /><br />Devora-me um anseio por esse riso: oh, como posso, ainda, suportar viver! E como, agora, suportaria morrer!"</blockquote><br /><span style="color: rgb(0, 0, 153);">Namaste!<br /><br /></span>____________________________________<br /><span style="font-size:85%;"><span style="font-weight: bold;">Louquejares Relacionados</span><br /><br /><span style="font-weight: bold;">#</span><a style="font-weight: bold;" href="http://chadascincocompimenta.blogspot.com/2007/09/das-interpretaes-que-se-tornam-as.html"> Das Interpretações que se Tornam as Coisas em Si<br /></a><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 51);">"Gosto de pensar que no estar-vivo precisamos de meia dúzia de conceitos bem fundamentados para poder pensar decentemente. Sim, poucas coisas que, naturalmente, não são valorizadas.</span></span><span style="color: rgb(51, 51, 51);">"</span><div class="blogger-post-footer">Chá das Cinco com Pimenta - Por Advocatus Diaboli</div>bluebirdhttp://www.blogger.com/profile/16799168827305273020noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1338773730565162607.post-5414696711257555432009-03-10T13:51:00.014-03:002009-03-10T19:13:18.168-03:00O Câncer Cristão<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgN6u1IpUS6MNrWhKJ9rRyTsI2Ch7bAhcwntZPx4oLaq1SOHYVn9s4VltdedSQi9uU7rjbl-me6ZohFEP8GkkhvmV2Eu-LnWw5DAR_3MeTGZgCco52CoquT3_gM7OmaqbihcHCiIEeWrHA/s1600-h/Padre+Ped%C3%B3filo.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 203px; height: 202px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgN6u1IpUS6MNrWhKJ9rRyTsI2Ch7bAhcwntZPx4oLaq1SOHYVn9s4VltdedSQi9uU7rjbl-me6ZohFEP8GkkhvmV2Eu-LnWw5DAR_3MeTGZgCco52CoquT3_gM7OmaqbihcHCiIEeWrHA/s320/Padre+Ped%C3%B3filo.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5311622980832823650" border="0" /></a>Estava eu a navegar na Grande Rede quando deparei-me com uma notícia que dizia que uma menina de apenas 9 anos de idade sofreu aborto em um hospital impávido colossensse, visto que a mesma foi emprenhada de seu próprio padastro e, <span style="font-style: italic;">de quebra</span>, concebeu gêmeos. Uma situação que por si só produz sofrimento a todos os envolvidos, em especial à menina grávida. Legalmente, em casos de estupro ou risco de vida à gestante, o aborto é autorizado por lei. Dessa forma, o hospital apenas cumpriu com o seu dever, salvando a menina e eliminando o produto de um ato criminoso e doentio, destes que somente o cruel tipo homem pode executar.<br /><br />Pois juntamente com a notícia a respeito do trágico episódio, <a href="http://noticias.gospelmais.com.br/aborto-e-um-pecado-pior-que-o-estupro-diz-clerigo.html">havia outra que dizia que a Igreja Católica</a>, na figura asquerosa do arcebispo José Cardoso Sobrinho, condenou o procedimento realizado, alegando que o mesmo era um <span style="font-style: italic;">assassinato</span> da vida e ia de encontro com as doutrinas católicas. Assim, excomungou médicos, a mãe e a própria garota. É que para o catolicismo não pode haver qualquer interferência humana que interrompa a vida de um ser humano, independente das circunstâncias.<br /><br />Este é o primeiro ponto a ser analisado: como o cristianismo é patético e ridículo como religião. Tivesse tal fato ocorrido numa civilização budista, certamente não haveria alarde, pois para tal religião o elemento essencial a ser combatido é o <span style="font-style: italic; font-weight: bold;">sofrimento</span>, em oposição ao cristianismo, que combate o <span style="font-style: italic; font-weight: bold;">pecado</span>. E o próprio conceito de pecado, essa idéia falsa que foi utilizada por séculos para subjugar mentes fracas, é risível. O cristianismo e seus símbolos mais sagrados (bíblia, cruz, salvação, etc.) nada mais são que a representação de uma doença cancerígena contra a própria vida, visto que seus representantes estão doentes; afinal, somente um doente mental poderia aceitar o prosseguimento de tal gravidez, que culminaria com a morte da mãe e seus filhos. O cristianismo é contra a vida porque incuta nas pessoas idéias equivocadas a respeito da própria vida: o celibato produz religiosos pederastas, o jejum maltrata o corpo e enfraquece a mente e a idéia do pecado ajuda a criar uma sociedade doente: afinal, o bom cristão é aquele que peca e se arrepende. O cristianismo existe para que as pessoas pequem. O cristão que não peca não tem utilidade. Não importa quão grave seja o erro, basta o arrependimento para o sujeito ser salvo. E é através do jogo psicológico da culpa e aversão à vida que os cristãos produziram tantos estragos em dois mil anos de história. Hoje, felizmente, a sua força como instituição é bem menor que em outros tempos e possibilitou à menina de 9 anos realizar o aborto e, assim, salvar a sua própria vida.<br /><br />Meu alter ego louqueja que as religiões são bengalas que ajudam os homens mais preguiçosos a viver uma vida que os afastem das dúvidas existenciais mais profundas que somente a espécie humana é capaz de conceber. É-lhe dado uma explicação, um caminho, uma orientação. Satisfeito com isso, ele pára de se questionar, de buscar outro caminho e simplesmente segue o rebanho acreditando naquilo que lhe foi dito. Nesse ponto, o budismo é mais digno que o cristianismo, pois o caminho que leva o indivíduo à iluminação (e não salvação, porque ninguém precisa ser salvo!) é um caminho a ser percorrido individualmente e <span style="font-style: italic;">apenas</span> por vontade própria.<br /><br />No impávido colosso, existem muitos católicos. E um número maior ainda de <span style="font-style: italic;">católicos não-praticantes</span>. Essa é, aliás, uma farsa estúpida que é <span style="font-style: italic;">impossível</span> de compreender. Como alguém pode ser algo que não pratica? Como um jogador de futebol pode ser jogador de futebol se não joga futebol? Como um piloto de avião pode ser piloto se não pilota aeronaves? Na verdade, devaneia meu alter ego, o <span style="font-style: italic;">católico não-praticante</span> é um sujeito que não tem mais paciência para as tolices da Igreja Católica, mas é preguiçoso para ir adiante, buscar outro caminho e prefere ser e não-ser ao mesmo tempo, com uma falsidade alarmante.<br /><br />É que, na verdade, toda mudança exige esforço e poucos realmente estão dispostos a questionar o status quo, especialmente quando o assunto tem caráter religioso. Porém, existem tantas coisas menos ruins a quem precisa acreditar em algo, em relação ao cristianismo, que me causa espanto que pessoas aparentemente lúcidas e sadias dêem alguma importância para o que pensa a Igreja Católica. Crer em deus ou em deuses, crer na ciência ou na filosofia, nos próprios homens; todos podem buscar um sentido para a existência e é saudável que assim o façam. Entretanto, tal conhecimento deve emergir de dentro do próprio indivíduo e ninguém pode fazer o trabalho pelo outro; na melhor das hipóteses, orientá-lo a respeito do caminho a seguir. O cristianismo não <span style="font-style: italic;">orienta</span>, ele <span style="font-style: italic;">determina</span> o caminho através de seus dogmas e todos que padecem desse mal devem procurar curar-se antes que o câncer atinja o nível mais elevado de sua existência.<br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 153);">Namaste!</span><div class="blogger-post-footer">Chá das Cinco com Pimenta - Por Advocatus Diaboli</div>bluebirdhttp://www.blogger.com/profile/16799168827305273020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1338773730565162607.post-50938092598096462132009-02-06T20:10:00.012-02:002009-02-13T01:30:22.716-02:00Lost e a Humanidade<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5bbphpsb0epTafv4drI_QVwd5u8PCZ9EUKG8jCGYSvxwheJ1wjWWsuOfixzuclGvcIxEiV001nVItAG5ym3azGrfE83u7zZiwr2JfwU1vIB1j8sGtMVLjNGPed0lPrabArZQR_vIMdZk/s1600-h/Los.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 240px; height: 135px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5bbphpsb0epTafv4drI_QVwd5u8PCZ9EUKG8jCGYSvxwheJ1wjWWsuOfixzuclGvcIxEiV001nVItAG5ym3azGrfE83u7zZiwr2JfwU1vIB1j8sGtMVLjNGPed0lPrabArZQR_vIMdZk/s320/Los.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5302079270678911970" border="0" /></a>Estava eu a <span style="font-style: italic;">baixar</span> um episódio da quinta temporada da série <span style="font-style: italic;">Lost</span> quando, ao rever alguns episódios anteriores da famosa série televisiva estadunidense, um louquejar ocorreu-me: <span style="font-style: italic;">Lost</span> perdeu a sua humanidade. E, em função disso, boa parte do meu interesse por ela também estava por perder-se. Afinal, os escritores optaram por tornar os personagens super-heróis à medida que a série está a avançar, esquecendo-se do seu caráter humano.<br /><br /><span style="font-style: italic;">Lost</span>, uma série cujo tema é por si só interessante e envolvente: um grupo de indivíduos cujo avião cai numa ilha misteriosa busca sobrevivência, enfrentando os diversos perigosos que tal ilha representa. Esse foi o elemento que norteou a série em suas duas primeiras temporadas. Nas seguintes, há uma tendência de desumanização dos personagens, criando um mundo mágico aonde tudo é possível, inclusive apelando para viagens no tempo, de modo a tornar a série mais fantasiosa e apelativa que verdadeira.<br /><br />Ora, não há nada de glamoroso em encontrar-se perdido numa ilha deserta. Qualquer ser humano ao se ver em tal situação enfrentaria enormes dificuldades em sobreviver num ambiente inóspito. Muitos sucumbiriam em poucas semanas. Todo animal fora de seu habitat natural tem a tendência em sucumbir. Essa é <span style="font-style: italic;">uma realidade</span> aceitável. A humanização dos personagens passa necessariamente pelo sofrimento constante de estar-se privado de uma vida civilizada. Em <span style="font-style: italic;">Lost</span>, ao contrário, todos exibem um jeito <span style="font-style: italic;">blasé</span> de ser que é incompatível com a situação que enfrentam: tornam-se mestres em manipular armas de fogo, sobrevivem dias inteiros sem alimentar-se adequadamente, dormem em qualquer lugar, caminham quilômetros tranqüilamente e raramente adoecem. Sem contar que alguns homens conseguem tempo e meios para aparar sua barba e cabelo perfeitamente e as mulheres, para tratar de sua aparência de forma semelhante quando estavam em seu habitat natural.<br /><br />Ao experimentar ficar algumas semanas preso numa ilha deserta, qualquer ser humano desesperar-se-ia, sentindo os mais profundos sentimentos de medo, de dor e de solidão. Esse é o elemento humano que a série perdeu, tornando seus personagens super-heróis superficiais que tudo podem e nada têm medo. A exploração do drama psicológico de indivíduos perdidos tornaria a série muito mais interessante e mais próxima à realidade do indivíduo ordinário que lhe assiste. <span style="font-style: italic;">Lost</span> tem seus próprios méritos, em especial pela forma ímpar de construção da sua narrativa e consegue salvar-se num oceano de besteiróis típicos do cinema estadunidense. No entanto, poderia transcender a si mesma não se tornando previsível como está a ocorrer. Perdidos estão os escritores e produtores da série, que esqueceram do caráter humano que foi justamente o que levou ao sucesso da mesma ao grande público.<br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 153);">Namaste!</span><div class="blogger-post-footer">Chá das Cinco com Pimenta - Por Advocatus Diaboli</div>bluebirdhttp://www.blogger.com/profile/16799168827305273020noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1338773730565162607.post-12972890482129934232009-01-13T18:16:00.012-02:002009-01-20T19:24:41.875-02:00A Busca da Felicidade e o Eterno RetornoEstava eu a navegar despreocupadamente na Grande Rede quando, ao ler uma notícia a respeito do tão esperado capítulo final de uma novela impávido colossensse, não pude deixar de conter o riso ao ler tal notícia. Abrindo outro sítio, detive-me por alguns minutos e pude perceber que, na verdade, tal novela segue o mesmo padrão dicotômico que divide as pessoas em <span style="font-style: italic;">boas</span> e <span style="font-style: italic;">más</span> e as ações em certas ou erradas, assim como também o faz o cinema estadunidense. Mais tarde, assisti a 5 minutos de tal pseudo-produção artística e um louquejar ocorreu-me: como, no final, os <span style="font-style: italic;">bons</span> vivem felizes para sempre e os <span style="font-style: italic;">maus</span> pagam por seus atos, morrendo, sendo presos ou coisa do gênero.<br /><br />Pois seja: tal fórmula tem origem em preconceitos morais que dividem a humanidade em duas: os bons, justos e corretos, e os maus, injustos e sem caráter. O cristianismo, que sustenta que existe um <span style="font-style: italic;">Reino dos Céus</span> exclusivamente para <span style="font-style: italic;">os bons</span> após a morte, constitui o alicerce por trás de tais pseudo-produções, já que a lição que se pode deduzir da trama é que o importante é ser <span style="font-style: italic;">bom</span>, que no final o sujeito é recompensado por isso. Ora, se se imaginar que dos 150 capítulos de uma novela, em 149 os <span style="font-style: italic;">bons</span> sofrem e apenas no último atingem a felicidade, poder-se-ia analogicamente supor que tais capítulos representam a vida interna do sujeito ordinário, e o último capítulo representa a sua morte e entrada no reino dos céus, para a <span style="font-style: italic;">felicidade eterna.</span> Por isso, suponho, muitos gostem de assistir a novelas ou a filmes em função desse componente fantasioso, já que com isso podem manter viva a esperança de felicidade, confrontando a vida de sofrimento e dor de seu dia-a-dia com uma possibilidade de transcendência individual.<br /><br />E, ao pensar neste estado de coisas, lembrei-me da teoria do Eterno Retorno, proposta por Nietzsche: trata-se de um<span style="font-style: italic;"> soco no estômago</span> de quem acredita em felicidade no pós-vida. Nela, tudo que existe sempre existiu, não há criador, o tempo é infinito, mas a totalidade de coisas que existem, não. Dessa forma, tudo retorna, todos os momentos da vida do sujeito, as coisas mais pequenas, as dores, o sofrimento, tudo retorna... e da mesma forma, na mesma ordem e seqüência. Tal pensamento, em síntese, nos diz que os 149 capítulos de nossa vida se repetem infinitamente no futuro, bem como já ocorreram no passado, por infinitas vezes. E, o melhor de tudo, é que não há o tal <span style="font-style: italic;">último capítulo</span>. Sim, não há felicidade e tampouco o Reino dos Céus! Tudo que há é a vida mundana, a qual ainda há de se repetir até o infinito. Tal pensamento representa a morte da ilusão cristã, ou do nirvana, ou da justiça divina, ou qualquer outro elemento niilista negador da vida, confirmando que a existência, para o ser humano, precede e governa a essência, tal qual Sartre afirmava.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRNSZKwtJhbVI8fnLhxBRzhYv-NXolu8xokZKYuV_HgCsXOdfBg6CnRZmUzzKTBrbOe1MNnL2BoDH9c6GHSniNiaU9ZYNX_jTfFUq9dbmi_eaAUjhMKGa83N0sFFhEQI8_nuvEx7_WRec/s1600-h/Nietzsche_Olde_08.JPG"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 227px; height: 160px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRNSZKwtJhbVI8fnLhxBRzhYv-NXolu8xokZKYuV_HgCsXOdfBg6CnRZmUzzKTBrbOe1MNnL2BoDH9c6GHSniNiaU9ZYNX_jTfFUq9dbmi_eaAUjhMKGa83N0sFFhEQI8_nuvEx7_WRec/s320/Nietzsche_Olde_08.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5293465617994665938" border="0" /></a>Então, após desligar a televisão do mundo-do-faz-de-conta do último capítulo, estava eu a pensar sozinho nas implicações de um eterno retorno quando, ao relembrar a biografia de Nietzsche, pensei comigo mesmo: será possível que um homem que tenha vivido miseravelmente em sua época, com uma saúde precária e aparentemente sem sucesso em suas relações afetivas e também sem o reconhecimento de seu trabalho, sabendo que passaria os últimos 10 anos de sua vida em estado demencial, escolheria - caso pudesse - retornar eternamente? Não apenas os momentos de genialidade e alegria, mas também todo o sofrimento que teve de suportar? Como alguém pode escolher sofrer eternamente e, no seu caso, viver infinitos anos em estado demencial? Tal visão não estaria muita próximo ao inferno cristão, que diz que a repetição de todo o sofrimento é eterna?<br /><br />Sendo o idealizador de tal teoria, rapidamente imaginei que sim, que Nietzsche escolheria viver a vida que viveu da mesma forma, com toda a dor e decepções que lhe ocorreram. Para que isso seja possível, entretanto, louquejei que compete ao ser humano desvencilhar-se da dicotomia moral e do pensamento lógico-racional, incorporando o sofrimento como elemento ativo e inerente à condição humana: nascer é sofrer, viver é sofrer, morrer é sofrer. A vida implica em sofrimento e a aceitação de tal sofrimento constitui-se na verdadeira vitória do ser humano contra o absurdo de estar-vivo. O budismo <span style="font-style: italic;">erra</span> ao combater o sofrimento através da eliminação do desejo; negar o desejo não é equivalente a negar a própria vida?<br /><br />A felicidade tal qual os fracos a concebem, sem nenhuma dor, é a felicidade que somente os cães conhecem, pois lhes faltam a consciência de sua finitude. Nós, seres humanos, rejeitamos o rótulo de animal e, por isso, carregamos o fardo da consciência eternamente! Ao cruel tipo homem resta aceitar que tal felicidade de último capítulo é algo tão efêmero que, ao ser buscada como um ideal de vida, torna a própria vida infeliz! E é por isso, suponho, que ainda hoje tantos continuam a acreditar que, no final, serão felizes. Resta-lhes descobrir o que farão quando, supondo que isso seja possível, atingirem a tal felicidade que tanto buscam.<br /><br />Tenho uma suposição e gosto de nela pensar: ao não buscar ser feliz, ao aceitar o absurdo existencial de forma honesta, a tolerância ao sofrimento aumenta; ora, quem tem a coragem de aceitar e até aprender a <span style="font-style: italic;">saborear</span> o seu sofrer, não estará muito próximo de atingir a verdadeira felicidade? E, dessa forma, não quererá repetir tudo novamente, pois terá compreendido e aceitado a essência da vida e, especialmente, do absurdo existencial?<br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 153);">Namaste!</span><br /><br />____________________________________<br /><span style="font-size:85%;"><span style="font-weight: bold;">Louquejares Relacionados</span><br /><br /><span style="font-weight: bold;">#</span><a style="font-weight: bold;" href="http://chadascincocompimenta.blogspot.com/2007/10/ch-com-acar.html"> Chá com Açúcar</a><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 51);">"Nestes últimos dias, estava eu a pensar no tempo que dedicamos a certas coisas em detrimento de outras. E como isso influencia a nossa percepção daquilo que julgamos como realidade.</span></span><span style="color: rgb(51, 51, 51);">"</span><br /><span style="font-size:85%;"><br /><span style="font-weight: bold;">#</span><a style="font-weight: bold;" href="http://chadascincocompimenta.blogspot.com/2007/11/eterno-retorno.html"> Eterno Retorno</a><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 51);">"Amanhã, véspera de mais um feriado religioso, a atenção de boa parte dos habitantes do Impávido Colosso, e demais colossos que assim o fazem, volta-se para a lembrança daqueles que estão mortos.</span></span><span style="color: rgb(51, 51, 51);">"</span><br /><br /><span style="font-size:85%;"><span style="font-weight: bold;"># </span><a style="font-weight: bold;" href="http://chadascincocompimenta.blogspot.com/2007/08/felicidade-como-princpio-para-uma.html">A Felicidade como Princípio para uma Existência Débil</a><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 51);">"Dando um início efetivo as divagações que aqui me proponho divago a respeito do que chamei no </span><span style="color: rgb(51, 51, 51);">post intro </span><span style="font-style: italic; color: rgb(51, 51, 51);">de felicidade como princípio para uma existência débil. É senso comum para a maioria dos mortais que o objetivo final de sua existência resume-se no enfadonho: </span><span style="color: rgb(51, 51, 51);">quero ser feliz!</span></span><span style="color: rgb(51, 51, 51);">"</span><div class="blogger-post-footer">Chá das Cinco com Pimenta - Por Advocatus Diaboli</div>bluebirdhttp://www.blogger.com/profile/16799168827305273020noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1338773730565162607.post-25431275931110747102008-12-19T15:07:00.012-02:002008-12-19T20:30:06.742-02:00O Sermão, o Petróleo e a Liberdade<span style="font-size:85%;"></span><blockquote><span style="font-size:85%;"><span style="font-style: italic;">"Eu sou um falso profeta e Deus é uma superstição."</span><br /><br /></span><span style="font-size:85%;">Eli Sunday curvando-se a Daniel Plainview em </span><span style="font-style: italic;font-size:85%;" >Sangue Negro</span></blockquote><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTIH1rE6G99zws0YpOos-E3OWJv5aMsOgoHiafhnUD5ryw2A8uQ_LfhaSEaWqNzzoT-KVDYYnGAzq0d2ZgaBPu5hx52-9_UOXL5vw-2g6aQ6Ix_KSRpC57FSwrTT0_gzC0ZBuS6dnzrAs/s1600-h/elisunday.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 206px; height: 137px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTIH1rE6G99zws0YpOos-E3OWJv5aMsOgoHiafhnUD5ryw2A8uQ_LfhaSEaWqNzzoT-KVDYYnGAzq0d2ZgaBPu5hx52-9_UOXL5vw-2g6aQ6Ix_KSRpC57FSwrTT0_gzC0ZBuS6dnzrAs/s320/elisunday.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5281539490028767634" border="0" /></a>Ao assistir recentemente ao filme <span style="font-style: italic;">Sangue Negro</span> (<span style="font-style: italic;">There Will be Blood</span>), um dos candidatos ao Oscar de melhor filme estadunidense de 2008, louquejei comigo mesmo a respeito das duas forças propulsoras da sociedade ocidental no século XX, que estão bem retratadas no filme: o fanatismo religioso e a ganância capitalista. Ambas forças convivem e estão entrelaçadas de forma radical no filme baseado na obra <span style="font-style: italic;">Oil</span><span style="font-style: italic;">!</span>, do escritor Upton Sinclair. <span style="font-style: italic;">Sangue Negro</span> é denso e envolvente, além de ser mais importante historicamente em relação a <a href="http://www.adorocinema.com/filmes/onde-os-fracos-nao-tem-vez/onde-os-fracos-nao-tem-vez.asp"><span style="font-style: italic;">Onde os Fracos não têm Vez</span></a> (<span style="font-style: italic;">No Country for Old Man</span>), que venceu a categoria de <span style="font-style: italic;">melhor filme</span> em 2008. Aliás, não raro, a indústria cinematográfica estadunidense escolhe filmes de qualidade duvidosa em suas premiações, obedecendo a critérios obtusos, em detrimento de outros que são efetivamente melhores, como foi o caso de <span style="font-style: italic;">Sangue Negro</span>.<br /><br />No filme, o capitalismo ganancioso está presente na figura de um explorador de petróleo, que não mede esforços em busca de acumulação de riquezas. Já o fanatismo religioso, na figura de um pastor de igreja, tendo como valor máximo a propagação de dogmas de sua crença, cuja conversão do maior número de fiéis é o elemento motivador de seu rebanho. Pois bem, ambas forças carecem de significado em si, negando categorimente a liberdade individual: no primeiro tipo, através da crença no capital e coisificação do homem, aproveitando-se do desespero humano para iludi-lo através da crença no acúmulo de riquezas a todo custo. No segundo tipo, pela profunda negação da própria vida, através de dogmas que determinam a vida que o sujeito deve levar, transformando-o em um fantoche negador da liberdade e preso a um sistema de crenças cujo objetivo é negar o sofrimento de <span style="font-style: italic;">saber-se em si</span>, de aceitar a liberdade e incertezas da realidade que nos é apresentada.<br /><br />E, ao pensar em todo este estado de coisas, lembrei-me do pensamento fundamental do existencialismo Sartriano, que diz: <span style="font-style: italic;">a existência precede a essência</span>. Um pensamento aparentemente simples, mas que, se bem entendido, acarreta em uma série de implicações a respeito do estar-vivo. Quando se pensa num aparelho de telefone, ou num computador, tal idéia se aplica ao contrário, visto que, nesses casos, a essência precede a existência. Primeiramente o cruel tipo homem imaginou e projetou tais produtos para, atrás da combinação de diversos elementos da natureza e do conhecimento humano, poder produzi-los primeiramente no mundo das idéias, para depois efetivamente em larga escala para consumo, na forma como os vemos em seu estado final.<br /><br />Para o ser humano, no entanto, tal conceito não é aplicável, visto que existimos primeiramente, e só depois construimos a nossa essência. Antes, o nada ou o absurdo, existe. Após o término de nossa existência, o nada ou o absurdo, existe. Assim, para que tal possibilidade não fosse verdadeira, deveria existia uma essência anterior à existência para dar forma ao tipo homem, tal qual o telefone ou o computador. Tal essência poderia ser interpretada de várias formas, sendo a principal delas a crença religiosa que diz que existe uma entidade criadora e cuja vida que vivemos possui um propósito em si, determinado por uma entidade divida. É sob tal alicerce que se baseia a fé, pois para um grande número de indivíduos, seria impossível suportar a vida tal como ela é de fato, isto é, um absurdo existencial sem sentido, que a transforma em sofrimento constante, amenizado pela <span style="font-style: italic;">salvação pela fé</span>.<br /><br />Para muitos, transferir a dor existencial para uma ilusão capitalista, elegendo o capital como um valor-em-si, é uma solução que, em verdade, nada soluciona... Afinal, nesse modelo de pensamento, cada vez mais alimentado pelo poder de grandes corporações e pelo sistema financeiro, o homem coisificado transforma-se em apenas uma peça na engrenagem que movimento a economia global, ou um tijolo no muro da ignorância daquilo que alguns ousam chamar de educação. Tal tijolo representa o indivíduo cerceado de sua subjetividade e liberdade, refém de um sistema que transforma a existência em algo decadente e ilusório, uma vez que carece de valor-em-si.<br /><br />Na filosofia existencialista, a responsabilidade é o elemento fundamental, pois uma vez que não existem razões divinas para justificar o injustificável, compete ao indivíduo escolher aquilo que é melhor para si, assumindo os seus atos integralmente e, assim, excluindo de seu pensamento sentimentos de culpa ou arrependimento. É por isso que Sartre diz que <span style="font-style: italic;">estamos condenados à liberdade</span>. Tal liberdade é, não raro, uma condenação, pois implica que o ser humano deve assumir-se a si mesmo e tudo que faz em sua vida: os pensamentos que lhe ocorrem, as pessoas com as quais se relaciona, as vivências que participa... Em resumo: a construção da obra de sua própria vida. Tal liberdade pode não ser suportada pelo cruel tipo homem, o qual tenderá a iludir-se com as farsas religiosas ou capitalistas. Aceitar a vida e o absurdo que é o estar-vivo e criar os seus próprios valores são as únicas formas de existir honestamente consigo mesmo, não incorrendo na negação acerca da liberdade que possuímos, nem tampouco na auto-coisificação existencial, isto é, em má-fé.<br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 153);">Namaste!</span><br /><br />____________________________________<br /><span style="color: rgb(204, 0, 0);" class="texto_titulo">Sangue Negro <span style="color: rgb(0, 0, 0);">(There Will Be Blood,</span></span><span style="color: rgb(0, 0, 0);" class="texto_italico"> 2007)</span><br /><br />» <span style="font-weight: bold;">Direção</span>: Paul Thomas Anderson<br /><span class="texto_subtitulo"><span class="marcador">»</span> <span style="font-weight: bold;">Roteiro</span>:</span> Paul Thomas Anderson, baseado no livro <span style="font-style: italic;">Oil!</span>, de Upton Sinclair<br /><span class="texto_subtitulo"><span class="marcador">»</span> <span style="font-weight: bold;">Gênero</span>:</span> Drama<br /><span class="texto_subtitulo"><span class="marcador">»</span> <span style="font-weight: bold;">Origem</span>: Estados Unidos</span><br /><span class="texto_subtitulo"><span class="marcador">»</span> <span style="font-weight: bold;">Duração</span>:</span> 158 minutos<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhi4vc-OpyPV7uUfN2rq7Od88GyCB3DVxXiQe5yyeLUa4W8f83xReFZbGMGPfFJZFK1MTpVNAXkHcpWtCQgx1dNx0faxoigvaoRGPtdnfY4RUqSJjczpSS_xHNUpmvAieW-Vy3FlAApPnk/s1600-h/sangue-negro-poster02t.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 112px; height: 165px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhi4vc-OpyPV7uUfN2rq7Od88GyCB3DVxXiQe5yyeLUa4W8f83xReFZbGMGPfFJZFK1MTpVNAXkHcpWtCQgx1dNx0faxoigvaoRGPtdnfY4RUqSJjczpSS_xHNUpmvAieW-Vy3FlAApPnk/s320/sangue-negro-poster02t.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5281546929469305874" border="0" /></a><span class="texto_subtitulo"><span class="marcador">»</span> <span style="font-weight: bold;">Sinopse</span>:</span> <span class="style3">Um mineiro fracassado e seu filho partem para uma pequena cidade, sonhando com a riqueza obtida pelo petróleo. Dirigido por Paul Thomas Anderson (Magnólia) e com Daniel Day-Lewis e Paul Dano no elenco. Vencedor de 2 Oscars.</span><br /><br />Fonte: <a href="http://www.adorocinema.com/filmes/sangue-negro/sangue-negro.asp">Adoro Cinema</a><div class="blogger-post-footer">Chá das Cinco com Pimenta - Por Advocatus Diaboli</div>bluebirdhttp://www.blogger.com/profile/16799168827305273020noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1338773730565162607.post-18599615965422885602008-11-19T22:30:00.011-02:002008-12-19T15:27:43.771-02:00O Juizado Especial Cível como um Meio de Equilíbrio Social<span style="font-style: italic;"></span><blockquote><span style="font-style: italic;font-size:85%;" >"O homem é o lobo do próprio homem".</span><span style="font-size:85%;"><br /><br />Thomas Hobbes</span></blockquote><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgn9VGOTxzksFENSt6QXJlCUwH8sCQlxxr2sppPbw9XOxv1-2Juyu65I2Pu9Xc39ttFRhZhnnGTyGhus_pYLDaopVPwfoW0QZGH98iHub_cno_nZmApHZCFiNDQhyphenhyphen70835zfwb77UGGBzQ/s1600-h/themis_1_lg.gif"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 83px; height: 178px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgn9VGOTxzksFENSt6QXJlCUwH8sCQlxxr2sppPbw9XOxv1-2Juyu65I2Pu9Xc39ttFRhZhnnGTyGhus_pYLDaopVPwfoW0QZGH98iHub_cno_nZmApHZCFiNDQhyphenhyphen70835zfwb77UGGBzQ/s320/themis_1_lg.gif" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5270538450514966450" border="0" /></a>Estava eu a pensar na disparidade de forças entre o indivíduo comum e as grandes corporações quando, ao ouvir alguém reclamar de um serviço prestado de forma deficiente, esbravejando pois se sentia prejudicado e aparentemente sem muitas opções para resolver o seu problema, um louquejar ocorreu-me: como o ordinário tipo homem desconhece a força do Poder Judiciário! Em verdade, trata-se de uma das únicas possibilidades de equilíbrio de forças entre tais organizações e a sociedade.<br /><br />Parto do princípio que, sempre que houver uma relação entre uma grande corporação e um indivíduo, tal relação é viciada e desigual por definição, já que o instinto predador e ganancioso das grandes corporações assim determina que se desenvolva tal relação. Torna-se mister esquecer as baboseiras que as propagandas sugerem e, quando dizem que <span style="font-style: italic;">o cliente é a razão do nosso trabalho</span>, <span style="font-style: italic;">o cliente em primeiro lugar</span>, ou ainda <span style="font-style: italic;">a sua satisfação é a nossa satisfação</span>, mentem descaradamente e apenas justificam o salário dos publicitários que criam tais débeis campanhas, dando razão por completo, em relação à esposa de César, à máximo que diz: <span style="font-style: italic;">não basta ser honesta, é preciso parecer honesta</span>. No caso, <span style="font-style: italic;">parecer</span> já se torna suficiente para tais empresas...<br /><br />É neste ponto que o Poder Judiciário mostra-se útil, através dos Juizados Especiais Cíveis (JEC, vulgo <span style="font-style: italic;">pequenas causas</span>). Não que o serviço lá prestado seja excelente, pois no Impávido Colosso a lentidão de 3 a 12 meses para um julgamento em 1º e 2º grau é deveras excessiva; mas ao menos é menos lento que as causas comuns e não é necessário desembolsar um único centavo para ingressar com uma ação, desde que o montante requerido seja inferior a determinado valor. Naturalmente, ninguém <span style="font-style: italic;">enriquece ilicitamente</span> em tais causas, porém faz valer o equilíbrio nas relações por vezes deturpadas entre indivíduo e grandes corporações.<br /><br />Contratos de fidelidade, tarifas bancárias, débitos irregulares, relações de consumo em desacordo com o Código de Defesa do Consumidor: excelentes oportunidades para uma visita a um JEC. Eu mesmo, influenciado pelo meu alter ego, já recorri a tais serviços em algumas oportunidades, tendo bons resultados para as situações que enfrentei. E até é possível divertir-se nas audiências, pois é cômico assistir a atuação de advogados (aqueles que se auto-intitulam <span style="font-style: italic;">doutores</span>, mesmo tendo <span style="font-style: italic;">apenas</span> o título de bacharel) e prepostos, representantes dos cães-acionistas, a defender muitas vezes o indefensável. Esses são um tipo de ator a representar um papel bestial, cujo fundamento essencial é a falsidade sob qualquer ângulo que se analise a situação.<br /><br />Indenizações de até R$2.000,00 muitas vezes representam um custo menor a tais organizações que os honorários advocatícios e despesas administrativas que tais ações geram. Existe uma verba, suponho, especialmente destinada a estes fins. Como o percentual de pessoas que reclamam é ínfimo em relação ao universo de indivíduos que sofrem algum dano, tais empresas não dão a menor importância ao pequeno prejuízo que desembolsam, em face aos lucros exorbitantes que freqüentemente seus balanços demonstram, em especial no caso de Instituições Financeiras. O que ocorreria, pois, se todos impávidos colossensses utilizassem os serviços do Poder Judiciário para resolver situações nas quais ocorre algum dano, especialmente em suas relações de consumo?<br /><br />Meu alter ego devaneia que uma mudança de postura seria necessária, uma vez que o lucro começasse a diminuir e os cães-acionistas sentiriam um rombo financeiro em seus balancetes. É provável, destarte, que mudassem sua atitude nas relações com o consumidor, pois como já disse uma vez a estultice capitalista, <span style="font-style: italic;">o bolso é o local mais sensível do cruel tipo homem</span>. Muitos não recorrem a tais serviços jurídicos por preguiça ou ignorância: acreditam que desperdiçariam seu precioso tempo em um serviço que é lento e burocrático. Em outras palavras: submetem-se ao status quo e resignam-se diante dos eventos que ocorrem em sua vida. E esse é o pensamento característico do espírito de rebanho...<br /><br />Para uma transformação social efetiva, devaneia meu alter ego, é necessário a ação individual contra os abusos das grandes corporações! O Poder Judiciário parece-me uma excelente oportunidade para quem está cansado de ser feito de fantoche por tais instituições e, além de eventuais ganhos pessoais, ajuda a <span style="font-style: italic;">desintoxicar</span> as relações capitalistas do cruel tipo homem.<br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 153);">Namaste!</span><div class="blogger-post-footer">Chá das Cinco com Pimenta - Por Advocatus Diaboli</div>bluebirdhttp://www.blogger.com/profile/16799168827305273020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1338773730565162607.post-77710505902233842352008-11-06T23:36:00.007-02:002010-02-20T11:36:56.479-02:00O Eterno Retorno segundo Oswaldo Montenegro<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5RE1bm7J94dgL1qe7movgHbotL1OyO8G9d5rN5d-9VxjtinwvCgD9BiKkuDWvsHUch6JANUBvZKLMNBkFZnxhQDuR757hXuNXgQMviz4FFJ7VYUVlY_gNKSczbqVGBPVXYAFklFoTQY0/s1600-h/Oswaldo_500.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 136px; height: 116px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5RE1bm7J94dgL1qe7movgHbotL1OyO8G9d5rN5d-9VxjtinwvCgD9BiKkuDWvsHUch6JANUBvZKLMNBkFZnxhQDuR757hXuNXgQMviz4FFJ7VYUVlY_gNKSczbqVGBPVXYAFklFoTQY0/s320/Oswaldo_500.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5265724639891645554" border="0" /></a><br /><div style="text-align: left;"><br /></div><br /><br /><br /><br /><br /><span style="font-weight: bold; color: rgb(51, 51, 51);"><br />Agonia</span><br /><br /><span style="color: rgb(51, 51, 51); font-style: italic;">Se fosse resolver</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 51); font-style: italic;">iria te dizer</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 51); font-style: italic;">foi minha agonia</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 51); font-style: italic;">Se eu tentasse entender</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 51); font-style: italic;">por mais que eu me esforçasse</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 51); font-style: italic;">eu não conseguiria</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 51); font-style: italic;">E aqui no coração</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 51); font-style: italic;">eu sei que vou morrer</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 51); font-style: italic;">Um pouco a cada dia</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 51); font-style: italic;">E sem que se perceba</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 51); font-style: italic;">A gente se encontra</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 51); font-style: italic;">Para uma outra folia</span><br /><br /><span style="color: rgb(51, 51, 51); font-style: italic;">Eu vou pensar que é festa</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 51); font-style: italic;">Vou dançar, cantar</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 51); font-style: italic;">é minha garantia</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 51); font-style: italic;">E vou contagiar diversos corações</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 51); font-style: italic;">com minha euforia</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 51); font-style: italic;">E a amargura e o tempo</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 51); font-style: italic;">vão deixar meu corpo,</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 51); font-style: italic;">minha alma vazia</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 51); font-style: italic;">E sem que se perceba</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 51); font-style: italic;">A gente se encontra</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 51); font-style: italic;">Para uma outra folia</span><div class="blogger-post-footer">Chá das Cinco com Pimenta - Por Advocatus Diaboli</div>bluebirdhttp://www.blogger.com/profile/16799168827305273020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1338773730565162607.post-50784338891041773322008-10-18T12:04:00.001-03:002008-12-19T15:28:33.399-02:00A Bolsa, o Circuit Breaker e a Ciranda Financeira<blockquote><span style="font-size:85%;">Ciranda Cirandinha<br />Vamos todos cirandar<br />Vamos dar a meia volta<br />Volta e meia vamos dar<br /><br />O Anel que tu me destes<br />Era vidro e se quebrou<br />O amor que tu me tinhas<br />Era pouco e se acabou<br /><br />Por isso dona Rosa<br />Entre dentro desta roda<br />Diga um verso bem bonito<br />Diga adeus e vá se embora<br /><br />Vamos dar volta e meia, volta e meia vamos dar</span></blockquote><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEZsJVGKWJt-GATkjbFT_fcNfxEEWj_IW2QNIQ2Vfvqg_w-T9MnCZwUVk-iEo_Qhz_zY4zszkJJL-LNan6wZQef-3LP7X3a6W_u_AHjpsHyph9m_1Hs_B9Yoc7p4dXQkew-FwxT3pbdEY/s1600-h/bolsa+panico.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 167px; height: 111px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEZsJVGKWJt-GATkjbFT_fcNfxEEWj_IW2QNIQ2Vfvqg_w-T9MnCZwUVk-iEo_Qhz_zY4zszkJJL-LNan6wZQef-3LP7X3a6W_u_AHjpsHyph9m_1Hs_B9Yoc7p4dXQkew-FwxT3pbdEY/s320/bolsa+panico.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5258521400478732754" border="0" /></a><sobe_desce_bolsa> Estava eu navegando despreocupadamente na grande rede quando deparei-me com a notícia da queda dos papéis das Bolsas de Valores de todo o mundo. Numa economia globalizada, alguém espirra nos Estados Unidos e em pouco minutos ocorre uma gripe na Europa, seguida de pneumonia na Ásia. A economia impávido colossensse, sempre subserviente ao capital especulativo internacional, também sofre com os disparates dos <a href="http://chadascincocompimenta.blogspot.com/2007/09/da-musicalidade-do-leo.html">cães-acionistas</a>.<br /><br />Há tempos que julgo patético e até um pouco divertido ver os operadores das bolsas de valores e seus respectivos representantes atônitos com as oscilações do mercado. Ora, o capital virtual que só existe no mundo fictício dos papéis das ações das grandes corporações é o bem mais precioso destes animais famintos por lucro acima de tudo. E, quando sua suposta riqueza está em crise, o que fazem? Correm feito cordeirinhos para investimentos mais seguros, como o ouro, por exemplo. Desta forma, deixando um grande buraco na economia, que por sua vez é freqüentemente coberto por porcos receosos de uma crise em escala global.<br /><br />Chama-se <span style="font-style: italic;">circuit breaker</span> o dispositivo que suspende o pregão quando as ações caem a um determinado patamar perigoso (algo como 10%). Assim, há um intervalo em geral de 30 minutos para que todos os interessados possam refletir sobre o que estão fazendo ali, questionarem-se sobre o sentido da vida etc., tentando aliviar a situação para um novo recomeço dos negócios em seguida. Na verdade, tal mecanismo evita a desgraça em níveis insustentáveis, tal como ocorreu em 1929, no famoso <span style="font-style: italic;">crash</span> da bolsa estadunidense. Nessa oportunidade, a quebradeira foi geral, não houve ajuda do governo e muitos investidores suicidaram-se diante da perda total de seus <span style="font-style: italic;">preciosos</span> recursos.<br /><br />E, ao pensar em todo este estado de cousas, um louquejar ocorreu-me: o que ocorreria, pois, se o <span style="font-style: italic;">circuit breaker</span> fosse eliminado das operações da Bolsa de Valores e, numa iminente repetição da crise de 1929, houvesse quebradeira, falência e suicídio de grandes investidores? O estrago seria grande, deduzo, mas a médio e longo prazo a tendência é que a economia global se recuperasse de forma mais sólida e não entrasse em colapso cada vez que uma grande corporação vai à falência. Tal catástrofe seria oportuna para uma reflexão em escala mundial sobre a importância e, especialmente, o poder das grandes corporações e suas ações no mundo globalizado que vivemos. Pode o cruel tipo homem viver sem o mercado de ações e sua fantasia de lucro fácil através de dinheiro virtual?<br /><br /><foto_pilatos> </foto_pilatos></sobe_desce_bolsa><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEt7lsnR2S-sajz-DocmT1NSyoQbJmbrRVP977Kvfxw5014GmSHkZc9_mWRMJ-OvzFe9eA0h86LZRjACv5PogsMkcYLMXocqCSJmWQrRHG0Jlx9qEwoGQvkwO_P5PlqOotkuUqQBv2b3s/s1600-h/Com+Pilatos.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 186px; height: 144px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEt7lsnR2S-sajz-DocmT1NSyoQbJmbrRVP977Kvfxw5014GmSHkZc9_mWRMJ-OvzFe9eA0h86LZRjACv5PogsMkcYLMXocqCSJmWQrRHG0Jlx9qEwoGQvkwO_P5PlqOotkuUqQBv2b3s/s320/Com+Pilatos.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5258521663689203074" border="0" /></a><sobe_desce_bolsa><foto_pilatos>Porque, no final das contas, o dinheiro estatal que é usado para acalmar os descontrolados e <span style="font-style: italic;">sensíveis</span> investidores é o dinheiro dos impostos que o monstro frio rouba diariamente daqueles que efetivamente criam algo. O estado, esta entidade que nada cria, e por isso tem de roubar (e dá o nome de imposto ao seu roubo), não deveria usar dinheiro público para socorrer grandes corporações ou investidores; ao contrário, deveria deixar a quebradeira correr solta, oferecendo <span style="font-style: italic;">na melhor das hipóteses</span> ajuda funerária para aqueles que optarem por tal caminho, como em 1929. Lavando às mãos ao melhor estilo de Pilatos, ajudaria a eliminar o ideal de ganância a todo custo que se faz presente quase que instintivamente em todos os cães-acionistas que não tem a capacidade de ver e nem ser nada além do ideal especulativo de aumento de capital a todo custo.<br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 153);">Namaste!</span><br /></foto_pilatos></sobe_desce_bolsa><div class="blogger-post-footer">Chá das Cinco com Pimenta - Por Advocatus Diaboli</div>bluebirdhttp://www.blogger.com/profile/16799168827305273020noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1338773730565162607.post-72037539547484396652008-10-07T22:00:00.000-03:002008-10-08T09:01:17.677-03:00O Teatro Corporativo<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhI7Dxr3haXpblEHCMKiXaCcq-ouXdXfz0bFZJYiX9n8agk-Wp6yqytmtpv3C0THH3ICY95y3IlYIpb9slTKCPS-BPB3OFjp_hF9LH7B11v3k-IgT7s0pLJkDBuTSIZb-TANkEZaukYjOk/s1600-h/3cartaoponto-532.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 164px; height: 123px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhI7Dxr3haXpblEHCMKiXaCcq-ouXdXfz0bFZJYiX9n8agk-Wp6yqytmtpv3C0THH3ICY95y3IlYIpb9slTKCPS-BPB3OFjp_hF9LH7B11v3k-IgT7s0pLJkDBuTSIZb-TANkEZaukYjOk/s320/3cartaoponto-532.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5254601783177752178" border="0" /></a><macaco_trabalho>Estava eu a observar a construção de um prédio localizado num centro comercial de uma capital Impávido Colossensse quando ao meu lado passou em alta velocidade um trabalhador de escritório. Tal pressa ocorre pois precisava concluir uma tarefa o quanto antes, imaginei. Foi então que comecei a observar mais atentamente o comportamento do tipo homem a trabalhar em escritórios dos mais variados tipos e percebi o quão intensa é a sua atuação como ator e o seu sofrimento.<br /><br />A noção do que seja trabalho ainda está intimamente ligada ao conceito industrial do início do século XX. Um ambiente no qual se deve deixar do lado de fora as emoções, o riso, enfim, tudo aquilo que diz respeito ao prazer individual. Quantas vezes se ri num <span style="font-style: italic;">ambiente profissional</span>? Quantas vezes saímos no meio do <span style="font-style: italic;">expediente</span>, à tarde, para passear porque o dia está <span style="font-style: italic;">bonito demais</span> para ficar trancado num ambiente onde não há vida? Tal postura seria um absurdo para os macaquinhos tomadores de café e babadores de barriga cheia após o almoço!<br /><br />Expressões sérias e preocupadas, como se não houvesse nada além na vida do que satisfazer aos interesses de <a href="http://chadascincocompimenta.blogspot.com/2007/09/da-musicalidade-do-leo.html">cães imundos</a> e ajudá-los a aumentar seus lucros, são um indicativo de doença em estado avançado. Para muitos o teatro se faz necessário para representar que de fato estão preocupados com o que estão a fazer (quando, muitas vezes, estão a representar).<br /><br />Não é por acaso que a chamada hora feliz (<span style="font-style: italic;">happy hour</span>) é o momento de tempo imediatamente após o término do expediente: a felicidade reside em não estar no ambiente de trabalho! E por quê isso ocorre? Por quê ao gozar férias o tipo homem não raro viaja alucinadamente buscando conhecer tudo e todos, fazendo roteiros milimetricamente programados, com o objetivo de <span style="font-style: italic;">aproveitar ao máximo</span> o medíocre percentual de menos de 10% de tempo realmente livre que a empresa lhe oferece anualmente (e freqüentemente apenas por imposição da lei)?<br /><br />O ambiente de <span style="font-style: italic;">trabalho</span> é concebido para que o sujeito não tenha prazer. Trabalho e diversão são, em geral, segundo o ideal de Ford, coisas que não se misturam: <span style="font-style: italic;">para tudo há o tempo certo</span>, assim urra a besta industrial. O conceito de trabalho é semelhante ao conceito de culpa intimamente ligado ao estado doentil christão: o prazer está sempre no porvir, é necessário sofrer antes para obter o deleite posterior. Ora, tal visão trata-se da velha forma de dominação pela negação do prazer, coisa que os christãos conhecem tão bem.<br /><br />Meu alter ego devaneia que um escritório ideal é aquele em que os símbolos da Sociedade Industrial seriam abolidos, como o cartão ponto, o controle de horas e, especialmente, a subserviência. Ao invés disso, a desconstrução do ideal de tempo e de controle de horas, sendo o indivíduo (e não funcionário - aquele que executa uma função) o senhor de suas ações, comprometido apenas em auxiliar na busca dos objetivos da empresa, ao mesmo tempo em que também é responsável pela definição de tais objetivos, dentro de sua visão global de mundo. Um indivíduo pleno, pensante e alegre, cujos interesses pessoais, profissionais e socias se confundem de tal sorte que a fronteira entre trabalho e prazer deixaria de existir...<br /><br />Até tal <span style="font-style: italic;">realidade</span> torna-se real, serão necessárias muitas <span style="font-style: italic;">horas felizes</span> para compensar a quantidade absurda de <span style="font-style: italic;">horas infelizes</span> que o medíocre tipo homem desperdiça diariamente, num lento e gradual suicídio.<br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 153);">Namaste!</span><br /></macaco_trabalho><div class="blogger-post-footer">Chá das Cinco com Pimenta - Por Advocatus Diaboli</div>bluebirdhttp://www.blogger.com/profile/16799168827305273020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1338773730565162607.post-84435719698794056822008-09-17T04:15:00.001-03:002009-08-29T16:50:16.508-03:00Across the Universe<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDOVdymIvGime4Z0K7ts32TD0a4OxQw2iuSqKmQ4rQnY7zsSUW_U6i0yeBeq6yqs0hMhhi9VXj14YEZLTDTGqACSRe3KYY4PVIhHwJOJUiaoeNggF925EkJE2aUEtHkYpXkc9BRUxKnZg/s1600-h/to_wright2_narrowweb__300x402,0.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 92px; height: 124px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDOVdymIvGime4Z0K7ts32TD0a4OxQw2iuSqKmQ4rQnY7zsSUW_U6i0yeBeq6yqs0hMhhi9VXj14YEZLTDTGqACSRe3KYY4PVIhHwJOJUiaoeNggF925EkJE2aUEtHkYpXkc9BRUxKnZg/s320/to_wright2_narrowweb__300x402,0.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5246819330456540066" border="0" /></a>Estava eu navegando despreocupadamente na grande rede quando deparei-me com uma notícia deveras triste para os apreciadores da boa música: o falecimento de um músico e fundador do Pink Floyd, <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Richard_Wright">Richard Wright</a>. Como Syd Barrett em 2006, agora Wright transcendeu ao plano imaterial do absurdo. Assim, a possibilidade de assistir a maior banda de todos os tempos novamente em sua formação clássica não existe mais.<br /><br />E, ao pensar na qualidade musical dos dias atuais, com grupos que mais parecem saídos de desenhos animados, com letras sem conteúdo e virtuosismo duvidoso, pensei em uma banda inglesa que, apesar de ser considerada por muitos como a maior de todos os tempos, meu alter ego devaneia que os Beatles ocupam o honroso segundo lugar, através justamente do Pink Floyd. É que comparar estes dois grupos é uma tarefa difícil, pois são dois estilos diferentes: enquanto a virtude de um está na complexidade musical e conteúdo filosófico profundo, a virtude de outro está na simplicidade e conteúdo mundano.<br /><br />Nem por isso, entretanto, meu alter ego deixa de valorizar tal estilo e reconhecer a importância dos músicos de Liverpool na história da música. E, um dia antes da morte de Wright, assisti ao musical <span style="font-style: italic;">Across the Universe</span>, que é uma homenagem aos Beatles e cujas músicas são cantadas pelos próprios atores. Nada como um musical! Unir música e cinema é algo que, se bem feito, pode gerar resultados muito interessantes. <a href="http://www.imdb.com/title/tt0059742/">The Sound of Music</a>, <a href="http://www.imdb.com/title/tt0079261/">Hair</a> e até <a href="http://www.imdb.com/title/tt0203009/">Moulin Rouge</a>... todas boas opções.<br /><br />A história em si possui um roteiro simples (tão simples quando uma música dos Beatles), mas um ponto merece análise. O dilema fundamental da trama reside no fato do jovem inglês Jude, que foi aos Estados Unidos em busca de suas origens, estar apaixonado por Lucy, jovem estudante sem maiores preocupações. Tudo vai bem até que ela se envolve em questões políticas contra a guerra do Vietnã e termina por dividir-se entre o relacionamento com Jude e a entrega à causa política.<br /><br />Será que a realização individual alheia aos acontecimentos que cercam o indivíduo é possível? Por outro lado, não é deveras perigoso a entrega incondicional a uma causa que, para vencer o inimigo, utiliza as mesmas armas de <a href="http://chadascincocompimenta.blogspot.com/2007/09/da-musicalidade-do-leo.html">porcos e cães</a>? Não é um risco demasiado estar tão próximo ao abismo a ponto do próprio abismo e do próprio indivíduo confundirem-se numa única coisa? Questões cujas respostas são peculiares de cada tempo e sujeito... <span style="font-style: italic;">Across the Universe</span>, como era de se esperar, escolheu o caminho da realização individual, unindo novamente o casal, à margem das questões de seu tempo.<br /><br />Os Pink Floyd, apesar de toda à crítica social presente em seus álbuns, talvez seguissem um caminho semelhante, como fica notório em <span style="font-style: italic;">Animals</span>, álbum conceito que demonstra com as duas partes de <span style="font-style: italic;">Pigs on the Wing</span> que seria possível transcender ao mundo ordinário composto por cães, porcos e ovelhas através da união incondicional entre dois indivíduos.<br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 153);">Namaste!</span><br /><br />____________________________________<br /><span style="color: rgb(204, 0, 0);" class="texto_titulo">Across the Universe</span> <span class="texto_italico">(2007)</span><br /><br />» <span style="font-weight: bold;">Direção</span>: Julie Taymor<br /><span class="texto_subtitulo"><span class="marcador">»</span> <span style="font-weight: bold;">Roteiro</span>:</span> Dick Clement e Ian La Fresnais, baseado em estória de Julie Taymor, Dick Clement e Ian La Fresnais<br /><span class="texto_subtitulo"><span class="marcador">»</span> <span style="font-weight: bold;">Gênero</span>:</span> Musical<br /><span class="texto_subtitulo"><span class="marcador">»</span> <span style="font-weight: bold;">Origem</span>: Estados Unidos</span><br /><span class="texto_subtitulo"><span class="marcador">»</span> <span style="font-weight: bold;">Duração</span>:</span> 131 minutos<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqsw1Zf5w-udeQcekz_2Bn1V2GhztbeiYzw7fz0D0-cX5nMl7GlZpyd1Jo2vKEemVZ0SyUaFNkqcjaPPTFSBB-yCYqZeWYkfIifqAjq4LNpcLfAklMvT4D4KO-J3s1d4K-5aUW6guDjjg/s1600-h/1244851049_acrosstheuniverseposter01_thumb.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 114px; height: 170px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqsw1Zf5w-udeQcekz_2Bn1V2GhztbeiYzw7fz0D0-cX5nMl7GlZpyd1Jo2vKEemVZ0SyUaFNkqcjaPPTFSBB-yCYqZeWYkfIifqAjq4LNpcLfAklMvT4D4KO-J3s1d4K-5aUW6guDjjg/s320/1244851049_acrosstheuniverseposter01_thumb.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5375475329251593938" border="0" /></a><span class="texto_subtitulo"><span class="marcador">»</span> <span style="font-weight: bold;">Sinopse</span>:</span> <span class="style3">Um casal apaixonado se envolve nos movimentos da contracultura de Liverpool nos anos 60. Dirigido por Julie Taymor (Frida) e com Evan Rachel Wood e Bono no elenco. Recebeu uma indicação ao Oscar.</span><br /><br />Fonte: <a href="http://www.adorocinema.com/filmes/across-the-universe/across-the-universe.asp">Adoro Cinema</a><div class="blogger-post-footer">Chá das Cinco com Pimenta - Por Advocatus Diaboli</div>bluebirdhttp://www.blogger.com/profile/16799168827305273020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1338773730565162607.post-46323838201784815442008-09-12T21:44:00.000-03:002008-09-19T18:48:58.203-03:00Os Porcos do Porvir<foto tre="">Uma das coisas mais divertidas do período eleitoral no Impávido Colosso é assistir a propaganda eleitoral gratuita, tanto na televisão, quanto no rádio. Poucos países têm este privilégio e sinto-me orgulhoso em viver em terras com tamanha consciência democrática! Afinal, é deveras importante conhecer os candidatos que governarão a nossa nação nos próximos anos.<br /><br />Por isso, meu alter ego teve o louquejar<span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_0"></span> de <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_1">selecionar</span> alguns candidatos e exibi-los com destaque neste espaço de <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_2">voyeurismo</span> pós-moderno, comentando seu excelso pensamento, de modo a ajudar o eleitor da <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Porto_Alegre">Capital Mundial da Carroça</a> a decidir o seu voto nas eleições vindouras.<br /><br /></foto><span style="color: rgb(0, 0, 153);">Alcunha:<span style="color: rgb(0, 0, 0);"> Jacaré</span></span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 153);">Excelso Pensamento</span>: <span style="font-style: italic;">Sou <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_3">motoboy</span> e sou da periferia. Quero representar a nossa categoria. Quero que não faltem creches e vagas nos <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_4">berçarios</span>.</span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 153);">Alter ego comenta</span>: Excelente! O que precisamos é de pessoas que dirijam o país com a mesma competência que os <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_5">motoboys</span> <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_6">trafegam</span> pelas ruas impávido-<span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_7">colossensses</span>.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglTvDWYr0GfTrJNez5pVT17ICmTFqkYjCdJpBM-5Cqxc5_U2mXeyFnmboGhqUU_Ov1ZCFIt01E-jV6UHl6uiO1a38u-qbEnQRQrfDww7mxKisHQQEVtd5IV09H50vDGu7OTW39DgJmmQs/s1600-h/bscap0011.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 322px; height: 239px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglTvDWYr0GfTrJNez5pVT17ICmTFqkYjCdJpBM-5Cqxc5_U2mXeyFnmboGhqUU_Ov1ZCFIt01E-jV6UHl6uiO1a38u-qbEnQRQrfDww7mxKisHQQEVtd5IV09H50vDGu7OTW39DgJmmQs/s320/bscap0011.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5245680599586917010" border="0" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><foto tre=""></foto><foto tre=""><foto><span style="color: rgb(0, 0, 153);"><br />Alcunha</span>: Marco <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_8">Della</span> Nina<br /><span style="color: rgb(0, 0, 153);">Excelso Pensamento</span>: <span style="font-style: italic;">Quanto vale um voto, um <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_9">galeto</span>, um rancho, uma promessa. Todas as eleições é a mesma coisa. E eu, que não faço isso, não consigo o seu voto.</span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 153);">Alter ego comenta</span>: Nem conseguirá até distribuir <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_10">galetos</span> ou ranchos para as pessoas que têm fome! Talvez assim consiga mais votos além dos da esposa e mamãe...<br /><br /></foto></foto><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhK6ZCybu9i-Inq7VzO2IIPywxJ1V7fe9fT5rhHnBW9Wmxl0WmdUnIoywmqGYBwL6IbPvvCsr-zXec-kd0oLGzyLYIECHldRrbo30yCQuSEWAF2rvHGsbx1rjMC4ABxArd6nq-c4w0bRas/s1600-h/bscap0005.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhK6ZCybu9i-Inq7VzO2IIPywxJ1V7fe9fT5rhHnBW9Wmxl0WmdUnIoywmqGYBwL6IbPvvCsr-zXec-kd0oLGzyLYIECHldRrbo30yCQuSEWAF2rvHGsbx1rjMC4ABxArd6nq-c4w0bRas/s320/bscap0005.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5245682150352594066" border="0" /></a><br /><foto tre=""><foto><foto><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /></foto></foto></foto><foto tre=""><foto></foto></foto><span style="color: rgb(0, 0, 153);">Alcunha</span><foto tre=""><foto><foto>: Renato Oliveira<br /></foto></foto></foto><span style="color: rgb(0, 0, 153);">Excelso Pensamento</span>:<foto tre=""><foto><foto> <span style="font-style: italic;">Tartaruga fora-da-lei eu já cansei. Vote nele e nela, Renato e Manuela.</span><br /></foto></foto></foto><span style="color: rgb(0, 0, 153);">Alter ego comenta</span><foto tre=""><foto><foto>: excelente opção para todos que já cansaram de tartarugas que não respeitam a lei e para aqueles que adoram <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Cannabis_sativa">cannabis sativa</a></foto></foto></foto>.<br /><foto tre=""><foto><foto><br /></foto></foto></foto><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaQyxxEEJel-Kss_M6OrUJldUwbGgpsdKPMU-g2Enxd-NhK4pJkvj17tdDpnNYEuXvNNI_8IycYnSMJxKCRyO9eX8STfoSa1dPOWCPK820lpTtxr1HC75LIBGtR5Qak-w8Bd0leL0nnus/s1600-h/bscap0008.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaQyxxEEJel-Kss_M6OrUJldUwbGgpsdKPMU-g2Enxd-NhK4pJkvj17tdDpnNYEuXvNNI_8IycYnSMJxKCRyO9eX8STfoSa1dPOWCPK820lpTtxr1HC75LIBGtR5Qak-w8Bd0leL0nnus/s320/bscap0008.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5245682989284291714" border="0" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><foto tre=""><foto><foto><foto></foto></foto></foto></foto><span style="color: rgb(0, 0, 153);">Alcunha</span><foto tre=""><foto><foto><foto>: <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_11">Deneci</span> (<span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_12">Rochinha</span>)<br /></foto></foto></foto></foto><span style="color: rgb(0, 0, 153);">Excelso Pensamento</span><foto tre=""><foto><foto><foto>: <span style="font-style: italic;">Chega de <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_13">abobrinha</span>! sem mentira, sem promessas!</span><br /></foto></foto></foto></foto><span style="color: rgb(0, 0, 153);">Alter ego comenta</span><foto tre=""><foto><foto><foto>: A mentira e a promessa são os <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_14">sustentáculos</span> da política <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_15">tupiniquim</span>. Como bom político, o candidato mente ao dizer que não mentirá, nem fará promessas.<br /><br /></foto></foto></foto></foto><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMrGWeus73PilALAYpD55HkY6dAYFjhEuAKuruU6igwNeu2-SVjQiQg-ocxi18g-qJum7i5x7RTE14dw5TR1mRU265dH2JuruE0KY0AjPBojxrooSlveJ9S7pXFV4LJ6lvT8nt53P-V84/s1600-h/bscap0010.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMrGWeus73PilALAYpD55HkY6dAYFjhEuAKuruU6igwNeu2-SVjQiQg-ocxi18g-qJum7i5x7RTE14dw5TR1mRU265dH2JuruE0KY0AjPBojxrooSlveJ9S7pXFV4LJ6lvT8nt53P-V84/s320/bscap0010.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5245683932474989666" border="0" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><foto tre=""><foto><foto><foto><foto><br /><foto><span style="font-size:85%;">Nota esclarecedora: os candidatos supra concorrem a </span><span style="font-size:85%;"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_16">vereância</span></span><span style="font-size:85%;"> e meu alter ego decidiu escolher tal categoria visto que são os embriões da genuína política nacional e, no futuro, aqueles que farão </span><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_17" style="font-size:85%;">vôos</span><span style="font-size:85%;"> mais altos (</span><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_18" style="font-size:85%;">deputadoria</span><span style="font-size:85%;">, senadoria e até presidência...).</span><br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 153);"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_19">Namaste</span>!</span></foto></foto></foto></foto></foto></foto><div class="blogger-post-footer">Chá das Cinco com Pimenta - Por Advocatus Diaboli</div>bluebirdhttp://www.blogger.com/profile/16799168827305273020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1338773730565162607.post-53365078731271856782008-08-22T23:22:00.003-03:002008-12-19T17:45:00.088-02:00Um Ano Louquejando em Papua Nova Guiné<span style="font-size:85%;"><blockquote> <span style="font-style: italic;">"O que destrói um homem mais rapidamente que trabalhar, pensar e sentir sem uma necessidade interna, sem um profundo desejo pessoal, sem prazer - como um mero autômato do dever?"</span><br /><br /> Nietzsche, em O Anticristo</blockquote></span><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZSytcsJjFvmlJOd50qnN-rqu_SKrf-2msQH9r_HDZgexIxRLdBIVs-1UhyK0e1-l3xJCGoFcKyhrvVWYjEB1TmCXkfyOKiykGhx2IYWL5tSIilkIjHUpKhlTzNiumsTCrhujDdvHcxk4/s1600-h/cha.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 184px; height: 143px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZSytcsJjFvmlJOd50qnN-rqu_SKrf-2msQH9r_HDZgexIxRLdBIVs-1UhyK0e1-l3xJCGoFcKyhrvVWYjEB1TmCXkfyOKiykGhx2IYWL5tSIilkIjHUpKhlTzNiumsTCrhujDdvHcxk4/s320/cha.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5237135664417149682" border="0" /></a>Estava eu entretido observando a ordenação simétrica de um conjunto de formigas quando, ao <a href="http://chadascincocompimenta.blogspot.com/2007/09/das-interpretaes-que-se-tornam-as.html">retornar à <span style="font-style: italic;">realidade</span></a> sentindo <a href="http://chadascincocompimenta.blogspot.com/2008/04/o-rdio-o-terremoto-e-o-tempo.html">o chão a tremer</a> em função da fúria da mãe terra, percebi que o tempo passou e este espaço de <a href="http://chadascincocompimenta.blogspot.com/search/label/voyeurismo%20p%C3%B3s-moderno">voyeurismo pós-moderno</a> estava completando um ano de existência.<br /><br />Pois seja: um ano louquejando com chá! Meu alter ego não imaginava que isso fosse possível. Assim como ocorrem nas empresas Impávido-colossensses, que em geral findam cedo, igualmente os <span style="font-style: italic;">web-blogs</span> espalhados na Grande Rede também têm vida curta. Ocorre que para o tipo homem a persistência é uma virtude pouco desenvolvida pois, na verdade, ele <a style="font-style: italic;" href="http://chadascincocompimenta.blogspot.com/2007/08/bomba-o-homem-e-barata.html">promete ser melhor, mas esquece</a>.<br /><br />E, pensando em todo este estado de coisas, um louquejar ocorreu-me: como, na verdade, este blog é um anti-blog que difere significativamente dos que se encontram por aí. Aqui os textos são longos e com d<span>evaneios, divagações, reflexões, inflexões, pré e pósflexões</span> e ocorrem poucas publicações ao longo de um mês (imagina, caro leitor, vários louquejares ao dia, não há chá que sustente!). O texto é rebuscado e não pretende esclarecer o nobre leitor, tampouco ser amigável, claro ou objetivo. Meu alter ego escreve com o coração e quem assim o faz escreve antes de mais nada para si mesmo e não para outrem.<br /><br />Ao pensar, porém, que alguns leitores já manifestaram algumas dúvidas e, devido a emoção da data, resolvi num gesto altruísta responder às perguntas freqüentemente realizadas e, assim, trazer respostas a um mundo que anseia por objetividade e superficialidade.<br /><br /><span style="font-size:85%;"><br />#<span style="font-size:100%;"> </span></span><span style="font-style: italic; color: rgb(0, 0, 153);font-size:100%;" >O seu alter ego realmente toma chá com pimenta ao escrever os posts? E por que Papua Nova Guiné?</span><span style="font-size:100%;"><br /><br />R: Sim, tomo-lo. Senão fisicamente, em meus louquejares. E Papua Nova Guiné é um local mágico, como as Ilhas Bermudas, Pasárgada ou a Ilha de </span><span style="font-style: italic;font-size:100%;" >Lost</span><span style="font-size:100%;">.<br /><br /># </span><span style="font-style: italic; color: rgb(0, 0, 153);font-size:100%;" >Qual o sentido do blog?</span><span style="font-size:100%;"><br /><br />R: Aliviar a tensão da estupidez ordinária do estar-vivo ao mesmo tempo que ocupo o meu tempo com coisas realmente importantes, como louquejar ou devanear.<br /><br /># <span style="font-style: italic; color: rgb(0, 0, 153);">Por quê o seu alter ego utiliza o termo Impávido Colosso para se referir ao Brasil?</span><br /><br />R: No hino nacional, o alter ego brasileiro se autodefine como <span style="font-style: italic;">és belo, és forte, impávido colosso</span>. Como aqui quem escreve não sou eu, mas meu alter ego, nada mais apropriado que se referir diretamente ao alter ego tupiniquim.<br /><br /># <span style="font-style: italic; color: rgb(0, 0, 153);">Por quê ao término de cada </span><span style="color: rgb(0, 0, 153);">post</span><span style="font-style: italic; color: rgb(0, 0, 153);"> há a saudação "namaste"?</span><br /><br />R: Porque assim o quer o espírito de gravidade.<br /><br /><span style="font-style: italic;"># <span style="color: rgb(0, 0, 153);">O seu alter ego é contra a democracia?</span></span><br /><br />R: Não, sou plenamente a favor. Porém apenas a legítma democracia, que é a democracia grega. O modelo democrático atual é falso sob qualquer ângulo que se analise.<br /><br /># <span style="font-style: italic; color: rgb(0, 0, 153);">Chá com pimenta é na verdade uma metáfora para psicotrópicos?</span><br /><br />R: Chá com pimenta é o supra-sumo da <span style="font-style: italic;">psicotropia</span> com uma dose cavalar de louquejares.<br /><br /># <span style="font-style: italic; color: rgb(0, 0, 153);">Como acontecem os louquejares que dão origem aos </span><span style="color: rgb(0, 0, 153);">posts</span><span style="font-style: italic; color: rgb(0, 0, 153);">?</span><br /><br />R: É um processo semelhante ao recebimento de espíritos por pais-de-santo. Como se sabe, os espíritos estão por aí vagando querendo ser recebidos por entidades. Da mesma forma, louquejares também estão por aí, mas é preciso estar disposto a recebê-los. E, ao recebê-los, não temê-los; e sim transcendê-los.</span><br /><br />Com tais respostas, meu alter ego espera esclarecer o nobre leitor e diminuir suas dúvidas a respeito do que aqui encontra. Caso ainda existam questões, mande-mas que, talvez, no próximo ano meu alter ego as responderá.<br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 153);">Namaste</span>!<div class="blogger-post-footer">Chá das Cinco com Pimenta - Por Advocatus Diaboli</div>bluebirdhttp://www.blogger.com/profile/16799168827305273020noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-1338773730565162607.post-72534774677162924332008-08-02T14:00:00.000-03:002008-12-09T09:40:35.766-02:00O Político, O Eleitor e a Democracia<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCJtzQIRgsQ1FW4E9KvEytvFzAnNVbQ-rmnkkcV5nujZt-xJLG1-tFTxHmK1lC3RQ5MkU5u3wsHKupEcbZwfiU3eSWxNOYcMKYXQyncVMC1YjWGFTy1P50jYaEfkm4vO-b5955ohnyOE8/s1600-h/Wallpaper-Nuvens-full.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 219px; height: 164px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCJtzQIRgsQ1FW4E9KvEytvFzAnNVbQ-rmnkkcV5nujZt-xJLG1-tFTxHmK1lC3RQ5MkU5u3wsHKupEcbZwfiU3eSWxNOYcMKYXQyncVMC1YjWGFTy1P50jYaEfkm4vO-b5955ohnyOE8/s320/Wallpaper-Nuvens-full.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5229968262978053378" border="0" /></a>Estava eu admirando a composição caótica de nuvens que se formam com alguma freqüência nos céus do Impávido Colosso quando, ao perceber que dois cidadãos conversavam animadamente a respeito de política e o sistema democrático, um louquejar me ocorreu. Considerando que os políticos são, em geral, vistos com desconfiança e são rotulados de incompetentes e corruptos, alguma coisa deve mudar no sistema atual para evitar, ou ao menor diminuir, a incidência desses elementos que assombram o tipo ordinário impávido-colossensse.<br /><br />Pois bem: louquejei que no decadente sistema democrático é o povo que, teoricamente, elege seus representantes, que por sua vez também são o povo, porém <span style="font-style: italic;">corrupto</span>! Afinal, as pessoas da patuléia não são corruptas ou incompetentes, apenas a classe política. Então por que não responsabilizar o povo pela escolha de seus representantes? Nada mais justo, nada mais recto...<br /><br />Tal sistema poderia funcionar mais ou menos assim: ao término de cada mandato, através de diversos critérios, o político seria avaliado em relação ao seu trabalho. Um bom critério é: quantas promessas de campanha foram cumpridas? Caso atingisse um conceito A seria reeleito automaticamente, sem precisar concorrer novamente. Isso evitaria que ele perdesse tempo e dinheiro tentando buscar votos. Por sua vez, o eleitor que tivesse votado em tal político ganharia o direito de seu voto ter peso dois nas próximas eleições (isto é, seu voto valeria por dois).<br /><br />Já se o político tivesse um desempenho ruim, com uma avaliação geral abaixo de 50%, o mesmo sofreria um <span style="font-style: italic;">impeachment</span> espontâneo - ficaria inelegível por 4 anos, até as próximas eleições. Da mesma forma, o eleitor que nele tenha votado também não poderia exercer o seu direito democrático e ainda seria punido tendo de ser mesário nas eleições vindouras.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrJ_XpABLBpgORu4AWiqIwapk9WAcL_W-3uVdzy8IAMN2L-mcNTUF_YLL_Mr7fW8oWFXc0WiFPaahI8J2D8uU21aC7okVL2FByOdf57PLl-cKIWrB9hRMDDxNJcUp-LA9aGehtSlVifl8/s1600-h/fralda.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 120px; height: 112px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrJ_XpABLBpgORu4AWiqIwapk9WAcL_W-3uVdzy8IAMN2L-mcNTUF_YLL_Mr7fW8oWFXc0WiFPaahI8J2D8uU21aC7okVL2FByOdf57PLl-cKIWrB9hRMDDxNJcUp-LA9aGehtSlVifl8/s320/fralda.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5229967868970732322" border="0" /></a>Aos eleitores que consecutivamente tenham votado em políticos cuja avaliação tenha sido ruim por 3 vezes seguidas ficariam impossibilitados de votar permanentemente e nos dias de eleição deveriam desfilar por pelo menos 2 horas pelas ruas de seu distrito eleitoral com fraldas como forma de alegrar aos demais cidadãos e refletir sobre a <span style="font-style: italic;">cagada</span> que fizeram. Da mesma forma, políticos com desempenho ruim por várias vezes ficariam inelegíveis <span style="font-style: italic;">ad eternum</span>.<br /><br />Não é um louquejar revolucionário? Com este modelo, até o meu alter ego conseguiria aceitar a tal democracia, visto que estaria encaminhando-se para um ideal mais próximo à <a href="http://chadascincocompimenta.blogspot.com/2008/05/fila-o-circo.html">verdadeira democracia</a>, além de tornar mais divertida a vida dos impávido-colossensses.<br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 153);">Namaste!</span><div class="blogger-post-footer">Chá das Cinco com Pimenta - Por Advocatus Diaboli</div>bluebirdhttp://www.blogger.com/profile/16799168827305273020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1338773730565162607.post-13582973797769651562008-07-20T04:25:00.000-03:002008-12-09T09:40:36.000-02:00Considerações Matemáticas e Financeiras<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtwth2QhIpx1eic3U7Q-bMqxlPcRR9cm1Exr2ou0H2DucimcyhtDor5ul7kPVz-vLdcfLY-bWqOnV9LQOWLUJdycoUQqh7mXnGbDoExAmk8GHrsIzTBvh7wq5OR8rcNe6w7CdNI2RlS3U/s1600-h/004--The-Big-Banker.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 225px; height: 149px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtwth2QhIpx1eic3U7Q-bMqxlPcRR9cm1Exr2ou0H2DucimcyhtDor5ul7kPVz-vLdcfLY-bWqOnV9LQOWLUJdycoUQqh7mXnGbDoExAmk8GHrsIzTBvh7wq5OR8rcNe6w7CdNI2RlS3U/s320/004--The-Big-Banker.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5224926923209918514" border="0" /></a>Estava eu entretido dissecando todos os campos e instruções de um boleto bancário quando, por engano, efetuei o pagamento de uma conta antes de sua data de vencimento. Fiquei procurando no tal boleto se havia alguma referência a descontos a quem paga uma conta antes de seu vencimento. Sim, pois os encargos e sanções ao atraso são bem conhecidos, mas para adiantamentos, nada encontrei que pudesse me beneficiar.<br /><br />Efetuei, certa fez, o pagamento de uma fatura de 10 reais no valor de $10,01, emprestando um centavo à <a href="http://www.via-rs.net/">organização</a> para devolução futura. Pois no mês seguinte, como o meu empréstimo não foi detectado, recebi o boleto no valor de $10,00 e o paguei em $9,99, restituindo-me o centavo emprestado, sem cobrar nenhum tipo de juro por isso. Para minha surpresa, ao tentar modificar o contrato futuramente, não pude fazê-lo, pois me encontrava em inadimplência de $0,01!<br /><br />E, ao pensar em todo este estado de coisas, lembrei-me de uma disciplina que é ministrada em cursos superiores com interesse específico a introduzir os conceitos básicos da matemática financeira. Um dos assuntos pertinentes atendia pelo pomposo nome <span style="font-style: italic;">o valor do dinheiro no tempo</span>. Pois seja! Tal visão nos mostra, em síntese, que uma quantidade qualquer de dinheiro hoje valerá mais progressivamente à medida que o tempo desfila diante de nosso incrédulo olhar, embasbacado pelo <a href="http://chadascincocompimenta.blogspot.com/2008/06/teoria-do-absurdo.html">absurdo do estar-vivo</a>.<br /><br />Ocorre que tal disciplina não ensina que a lógica funciona de forma um pouco diferente, de acordo com quem detém o chicote. Por exemplo, se eu emprestar para uma instituição financeira dois mil reais, ao longo de um mês e considerando uma aplicação financeira simples, obterei rendimentos em torno de 0,6%, que resultaria em $12,00. Com esse dinheiro, é possível almoçar em um restaurante de nível médio uma única vez. Já se a situação contrária ocorre, isto é, da instituição financeira emprestar-me tal quantia, no final do mês terei de pagá-la a título de juros a <span style="font-style: italic;">módica quantia</span> que varia entre 6% e 9%. Considerando a média aritmética de 7,5% chega-se ao valor de $150,00! Ao invés de almoçar uma única vez, <a href="http://chadascincocompimenta.blogspot.com/2007/09/da-musicalidade-do-leo.html">o cão-bancário</a> pode fazê-lo por 12 vezes ao longo de um mês! É uma desproporção absurda que ajuda a aumentar os lucros estrambóticos de tais instituições impávido colossensses! Se se aplicar juros de cartão de crédito, cujo percentual aumenta para algo em torno de 12%, o número de almoços sobe para 20!<br /><br />Quando alguém abdica de ganhar 0,6% do mercado legalizado e empresta dinheiro a juros para outrem é chamado de criminoso e rotulado de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Agiota">agiota</a>. Sim, se todos fizessem isso, como as instituições bancárias manteriam seus astronômicos lucros e dessa forma alimentariam seus cães-acionistas? Meu alter ego acredita que guardar dinheiro <span style="font-style: italic;">embaixo</span><span style="font-style: italic;"> do colchão</span> é uma atitude revolucionária e pode salvar a humanidade de sua estupidez e ganância, além de ajudar na derrocada do modelo financeiro atual. Ao emprestar dinheiro a um semelhante, para não incorrer no crime de agiotagem, pode-se combinar o seguinte: ao final do mês, o devedor possui o compromisso de pagar alguns almoços para o credor, além da quantia emprestada. Dessa forma, ambos poderiam saborear o prazer ímpar da confraternização gastronômica, ao mesmo tempo em que eliminariam o indesejado cão-acionista do banquete.<br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 153);">Namaste!</span><div class="blogger-post-footer">Chá das Cinco com Pimenta - Por Advocatus Diaboli</div>bluebirdhttp://www.blogger.com/profile/16799168827305273020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1338773730565162607.post-47418125708574879052008-07-15T01:30:00.001-03:002008-12-09T09:40:36.246-02:00As Cotas da Ignorância<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjJYEJ6qGb4Jy7mlpB25iDtp3jwjKGlr0WbTLqwIflKIUlEnZ7LxgXcVe5zWqgMaNk_db9ZiDhmwNE3nWk1zXznXayrWTNfxSAUcdeefySyg7Zw0A0rvtyQottyNqkkGbFkd4_Ba_yZIU/s1600-h/cotas2.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 191px; height: 175px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjJYEJ6qGb4Jy7mlpB25iDtp3jwjKGlr0WbTLqwIflKIUlEnZ7LxgXcVe5zWqgMaNk_db9ZiDhmwNE3nWk1zXznXayrWTNfxSAUcdeefySyg7Zw0A0rvtyQottyNqkkGbFkd4_Ba_yZIU/s320/cotas2.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5223033395741938866" border="0" /></a>Estava eu navegando despreocupadamente na Grande Rede quando li uma notícia a respeito de uma decisão judicial, a qual negava o direito legítimo de um estudante freqüentar uma Universidade Pública, mesmo tendo sido aprovado e estando dentro da faixa de vagas disponibilizadas para o curso escolhido. A causa para a negativa era a implantação de cotas raciais, que reserva um percentual de vagas para sujeitos pertencentes a raça negra (ou próximo a isso). Tal medida visa a garantir um equilíbrio racial no Impávido Colosso, ao mesmo tempo que busca resgatar <span style="font-style: italic;">uma dívida histórica</span> com os negros impávido-colossensses, em função do tempo em que foram subjugados como escravos pelo cruel <span style="font-style: italic;">homem branco</span>.<br /><br />A idéia de cotas pode, em primeira análise, parecer ser justa. Justa, bondosa e promotora de justiça social! Ao que me lembro das palavras do filósofo Nietzsche: "...justa e bondosa como são justos e bondosos grãozinhos de areia com grãozinhos de areia!". Na verdade, devaneia meu alter ego, a cota racial é uma atitude racista que parte do pressuposto que o negro é inferior intelectualmente ao branco, e por isso precisa ser protegido. Pois o pseudo-argumento de que, oriundos de família em geral pobres e sem possibilidade de competir igualitariamente, os negros teriam a oportunidade de ingressar na Universidade <span style="font-style: italic;">pela porta dos fundos</span>, isto é, através do paliativo do uso de cotas. Na verdade, questiono-me a mim mesmo: e toda a sorte de pessoas não-negras e pobres, que também não tem a prerrogativa de preparação adequada para ingressar na Universidade Pública? Mais justo seria existir apenas a cota para pobreza, pois do contrário segrega-se perigosamente a sociedade em função da cor da pele de seus indivíduos. As melhores intenções em geral produzem os piores resultados e ajudam a aumentar os conflitos sociais de uma sociedade já deveras doente e decadente.<br /><br />Outro ponto problemático de tal lei é a definição de quem é e quem não é negro. Ora, o Impávido Colosso é um agrupamento humano no qual a maioria da população é miscigenada e a detecção de raça e cor é realizada de forma auto-declarativa. Um casal formado por um tipo branco e outro negro tem dois filhos, um com a pele clara e outra com a pele escura. Ambos estão inseridos no mesmo contexto social. Aquele que tiver pele clara poderá gritar em alto e bom tom que também é negro, visto que um de seus pais o é? E nem por isso será considerado menos ou mais apto intelectualmente e poderia utilizar-se da prerrogativa de cotas raciais.<br /><br />São por estas questões que desafiam a lógica que meu alter ego acredita que o melhor para os povos é a autopreservação: mantendo a sua identidade racial, também mantém-se a sua identidade cultural, já que um conceito está intimamente ligado ao outro. A miscigenação é positiva entre raças de culturas semelhantes, pois renova o sangue e revilaliza a raça, porém a miscigenação indiscrimida gera confusão e resulta na morte dos povos, suas culturas e identidades.<br /><br />O que de fato os pseudo-entendidos no assunto deveriam pensar é em investir no aumento do número de vagas nas universidades públicas. Mas como fazê-lo se não há recursos? Pois seja, a desculpa de que não existem recursos para tal é facilmente combatido com a assertiva de que é fácil criar novas vagas sem grande esforço: bastaria que os alunos pagassem pelo ensino que hoje obtém gratuitamente. Não na proporção de uma mensalidade de universidade privada e não para todos, mas para aqueles que podem pagar. Um estudante cuja renda familiar é de R$ 10 mil/mês pode perfeitamente pagar R$ 500/mês como retribuição ao ensino que recebe. Alguém com renda inferior contribui com uma quantia menor, ou mesmo com trabalho voluntário. Esta é revolução que o ensino necessita para promover a verdadeira justiça social, e não a limitada e injusta visão de mundo que pretendem aqueles que apoiam as cotas raciais em universidades públicas.<br /><br />Tal medida é correta e justa e deveria ser adoptada nas universidades impávido-colossenssem. Mas o que vejo é uma gritaria em torno da "universidade gratuita" e mesmo aqueles que poderiam pagar querem ter um ensino sem oferecer nenhuma retribuição à instituição que o formou. Ora, cada um pagar aquilo que pode, de acordo com sua renda familiar, é algo que geraria receita e serviria para, não apenas dignificar o salário dos professores, quanto para qualificar a infra-estrutura em geral, além de possibilitar um aumento significativo do número de vagas. Ao invés de debater sobre questões verdadeiras, a sociedade debate-se em torno de pseudo-questões como a esdrúxula cota racial implantada em algumas universidades.<br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 153);">Namaste!</span><div class="blogger-post-footer">Chá das Cinco com Pimenta - Por Advocatus Diaboli</div>bluebirdhttp://www.blogger.com/profile/16799168827305273020noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1338773730565162607.post-57010611224612473832008-06-03T03:50:00.000-03:002008-12-09T09:40:36.448-02:00Teoria do AbsurdoEstava eu a navegar despreocupado na Grande Rede quando, ao consultar o Grande Oráculo, descobri um <a href="http://teorize.blogspot.com/">web-blog</a> deveras interessante, cujo ponto fonte é a irreverência e crítica a respeito do estar-vivo. Sempre utilizando - como o próprio nome sugere - de teorias de toda a ordem para <span style="font-style: italic;">explicar o inexplicável</span>, ou ao menos praticar aquela masturbação mental que tanto agrada ao meu alter ego.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpCiYKM1danq9GQuS0bscDuA7vlS8sEOF2hFr0vp2-qH4W1hgM7-OQeljrCntiHNrx2ZfCu5fOpr3YHh5tpcrOyKvSXOrzp_15VCfroql8crT0upH7uUbCwgd_LShyTlU8pRDsDoalpf4/s1600-h/big-bang.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 176px; height: 176px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpCiYKM1danq9GQuS0bscDuA7vlS8sEOF2hFr0vp2-qH4W1hgM7-OQeljrCntiHNrx2ZfCu5fOpr3YHh5tpcrOyKvSXOrzp_15VCfroql8crT0upH7uUbCwgd_LShyTlU8pRDsDoalpf4/s320/big-bang.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5207483152013569826" border="0" /></a>E, ao olhar o histórico do blog, descobri uma teoria muito interessante, chamada <a href="http://teorize.blogspot.com/2007/12/teoria-geral-do-absurdo.html">Teoria Geral do Absurdo</a>. Nela, busca-se explicar o estar-vivo sob a óptica da impossibilidade de explicação, isto é, o absurdo. Tal teoria foi escrita há 10 anos pelo meu alter ego, quando recém estava a nascer os seus primeiros louquejares. Por isso, reproduzo-a abaixo na íntegra. Hoje ele não pensa exatamente da mesma forma, pois devaneia que, maior importante que chegar a conclusão que viver é absurdo, o maior interesse diz respeito à interpretação que o sujeito realiza com base nessa constatação e como é possível transcender a certeza da dúvida do estar-vivo sem precisar recorrer a amuletos como as religiões, os partidos políticos, o niilismo e coisas do gênero.<br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 153);">Namaste!<br /></span><br /><blockquote style="color: rgb(51, 51, 51);"><p style="font-style: italic;" class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;">Jesus morre, morre, e já o vai deixando a vida, quando de súbito o céu por cima da sua cabeça se abre de par em par e Deus aparece, vestido como estivera na barca, e a sua voz ressoa por toda a terra, dizendo, Tu és o meu Filho muito amado, em ti pus toda a minha complacência. Então Jesus compreendeu que viera trazido ao engano como se leva o cordeiro ao sacrifício, que a sua vida fora traçada para morrer assim desde o princípio dos princípios, e, subindo-lhe à lembrança o rio de sangue e de sofrimento que do seu lado irá nascer e alagar toda a terra, clamou para o céu aberto onde Deus sorria<span style="font-weight: bold;">:</span><b style=""><br /></b></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;"><b style=""><span style="font-style: italic;">- Homens, perdoai-lhe, porque ele não sabe o que fez.</span> <o:p></o:p></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span style="font-size:100%;"><span style="font-style: italic;">(Saramago)</span></span><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-weight: bold;">Teoria Geral do Absurdo</span><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Tudo que existe é absurdo. Logo, viver é absurdo. Esta é a conclusão final que cheguei, por ora, sobre o significado da vida, do estar-vivo, enfim, sobre a condição humana. Primeiramente esclarecerei em nível conceptual esta afirmação. Depois, em nível filosófico e por fim mostrarei que esta afirmação em nada se contrapõe às empiricamente concebidas pelo homem ao longo de sua história. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"> </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"> </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Por absurdo entende-se tudo aquilo que é contrário às leis da lógica ou é irredutível a elas. O facto de eu estar vivo decorre do facto de meus ancestrais um dia terem estado vivos, assim até o primeiro homem ter surgido. Sabe-se com o apoio da Teoria do Evolucionismo que o homem não surgiu completo, ou seja, não foi criado simplesmente. Ele evoluiu de outras espécies até chegar no estado denominado Homo Sapiens Sapiens. Assim também ocorre com todas as espécies vivas. Mas, perguntarei, aonde teve início a primeira espécie, o primeiro ser vivo? Disso não se pode ter certeza, mas acredita-se que tenha sido uma ameba, ou algo minúsculo. Através de milhões de anos, os seres foram evoluindo até chegar ao nosso tempo. Esta pergunta fica sem resposta, mas não dificulta em nada o entendimento sobre a o Teoria do Absurdo.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"> </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Não se sabe ao certo a origem do Universo. Entretanto, a teoria mais aceita é a da Grande Explosão (Big Bang), que reza que o início de tudo deu-se através de uma grande explosão. Antes, nada havia, ou tudo havia (o termo aqui transcende à lógica). O que havia era simplesmente uma quantidade de energia suficiente e gigantesca com força para criá-lo. Um erro fácil é imaginar que tudo que há é o que vemos. Com efeito, calcula-se cerca de 80 bilhões de planetas existentes no Universo. Isso daria em média 13 planetas para cada habitante do planeta terra. É provável que exista vida em outras planetas, até porque seria muita pretensão achar que somente nós seríamos contemplados com o absurdo. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"> </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O âmago da questão refere-se à criação de tudo que há, o momento zero. Surge duas hipóteses sobre o que ou quem criou esta energia: ou este algo sempre existiu (então pode ser chamado de Deus, ou qualquer outra coisa, não configurando em nada um Criador que fez do homem à sua imagem e semelhança), ou então foi criado por outra coisa, assim até chegar num ponto que algo tem que ter sido criado de algo. De qualquer forma, como o conceito de infinito é absolutamente incompreensível para o lógica humana atual, viver é absurdo, porque o estar-vivo é conseqüência da Grande Explosão.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"> </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">A situação piora quando pensa-se que tudo que há, há porque um Deus criou (neste sentido, um Deus criador e pai). Mesmo assim, viver continua sendo absurdo, mas desta vez pela via oposta, ou seja, a de que tudo que existe tem uma razão de ser, porque Deus quis, e disso não se pode escapar. Assim, viver seria absurdo porque o acto de viver seria demasiadamente lógico, configurando-se em absurdo.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"> </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Esta não é, certamente, uma teoria de salvação. É uma teoria baseada no mais alto grau da condição animal, baseada no que de mais incrível e fantástico um animal pode ter, que é a sua capacidade de pensar. Poder-se-ia dizer que isso é a prova de [a idéia] Deus. Não discuto se é ou não, até porque é impossível saber. O que me parece claro é que viver é uma imposição. Ninguém escolhe nascer. Assim, este Deus não passa de um manipulador de fantoches, porque quando se é, não se sabe como se não é. E quando se não é, não se sabe como se é. Dessa forma, fica evidente que não temos escolha com relação ao estar-vivo, muito pelo contrário: o homem é um ser limitadíssimo, somente mais evoluído em relação aos seus irmãos biológicos porque pensa, e pensar não significa algo bom ou ruim, melhor ou pior: estes conceitos foram criados pelo homem, de nada valem, não servem como leis, carecem de totalidade. Um animal irracional simplesmente é, vive o que tem que viver, e isso é tudo. O homem cria fantasias, mitos, lendas etc., mas isso não passa duma realidade subjetiva, sem valor efetivo. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"> </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Outro ponto que quero esclarecer, e que me parece ser a chave para muitas respostas. A maioria das pessoas não pensa... O homem, em sendo um animal, não foi feito para pensar. Deve viver. E quem pensa não vive [apud Sartre]. Pois bem: o método empírico é sempre anterior ao racional. Ora, o conceito de Deus é a explicação empírica do homem para explicar o inexplicável. Entretanto, este inexplicável é relativo: volta-se dois mil anos no tempo e ter-se-á um homem reverenciando o Deus da chuva, ou o Deus do fogo. Hoje, sabe-se que a causa da chuva ou do fogo não é uma acção direta de Deus. Logo, quanto maior for o conhecimento, menor será a crença em divindades para explicar o inexplicável. E nisso reside o ponto chave desta tese: já que a maioria das pessoas não pensa, talvez por acomodação, talvez por ignorância, é mais fácil crer num Deus providencial para explicar o que não se consegue entender. Dessa maneira, claramente percebe-se o caráter superficial que qualquer crença religiosa adquire, não suportando a mínima crítica.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"> </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Com efeito, não pretendo ser dogmático como procedem as religiões. Aliás, considero a possibilidade de eu estar completamente equivocado com relação às minhas teses. Não morreria por elas, de forma alguma. Como cada afirmação necessita de outra para se completar, assim num processo infinito (absurdo), o que me importa é a discussão em torno de argumentos. De uma maneira geral, não condeno quem crê em dogmas religiosos ou leva uma vida superficial. É mais fácil viver assim. Evita-se o sofrimento. Esta não seria uma função da religião? Pois bem, viver em ilusão, crer em algo que não existe, se assim proceder a maioria, não será motivo de tormento. Porém, depois de se encontrar o caminho, depois de se conseguir ver criticamente as coisas, fica muito difícil seguir a maioria. Por fim, vale um consolo: o sofrimento em nível biológico é uma prova da nossa superioridade evolutiva. Como o conhecimento é infinito, a ignorância também o é. Logo, é impossível saber tudo. Assim sendo, quanto maior for o conhecimento de alguém, também será maior a sua ignorância. Busco, por fim, ficar mais ignorante do que já sou.</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i style=""><br />Alter Ego, 05/11/1998</i></p></blockquote><i style="color: rgb(51, 51, 51);"></i><div class="blogger-post-footer">Chá das Cinco com Pimenta - Por Advocatus Diaboli</div>bluebirdhttp://www.blogger.com/profile/16799168827305273020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1338773730565162607.post-45084316859793315532008-05-22T03:51:00.000-03:002008-12-09T09:40:36.958-02:00O Cheiro do RaloAssisti recentemente a uma <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_0">ótima</span> película do cinema <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_1">tupiniquim</span> chamada <span style="font-style: italic;">O Cheiro do Ralo</span>. Uma produção simples, sem os super-<span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_2">mega</span>-<span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_3">ultra</span>-efeitos do enfadonho cinema <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_4">estadunidense</span>, a qual convida ao telespectador à reflexão acerca dos valores da sociedade <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_5">atual</span>. No filme, um comerciante de meia-idade compra <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_6">objetos</span> usados de seus desesperados clientes, estabelecendo uma relação mercantilista e por vezes sarcástica com o desespero humano em busca de dinheiro. Ele compra vários <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_7">objetos</span>, mas não vende nenhum! Como se fosse possível armazenar em seu pequeno esconderijo todas as riquezas humanas, obtidas em geral a preço vil. Tal relação é um reflexo da sociedade contemporânea: consumista, patética e com o ideal lucrativo acima de tudo. Os <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_8">objetos</span> compráveis deveriam - numa sociedade saudável - ser apenas os meios para coisas mais preciosas, como as <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_9">idéias</span> e a arte, e jamais fim em si mesmos.<br /><br />E, à medida que mais <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_10">objetos</span> adquire, o ralo de seu escritório começa a feder por um problema estrutural de seu banheiro. No início o cheiro o desagrada, mas com o decorrer da história ele passa a tolerá-lo e por fim passa a gostá-lo de forma quase bestial, tal qual o tipo homem venera indicadores <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_11">econômicos</span>, bolsa de valores e crescimento <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_12">econômico</span>. Como se tais coisas em si tivessem algum valor e pudessem ajudar a elevar a condição animal do cruel tipo homem!<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcXTTMwPn9pbEF60f2mFulOS8E7cMI-DTKAnjmOYSVJoZi0MusOydQnoc3VkJGyGEdZbQjidKZI_9QHXht2xIDxlgH7RxWm6Y0BB22e1d3Aoovsrn-eA9smcNJ9EVmvP-NMExCiHkCpz0/s1600-h/21_MHG_ralo.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 214px; height: 136px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcXTTMwPn9pbEF60f2mFulOS8E7cMI-DTKAnjmOYSVJoZi0MusOydQnoc3VkJGyGEdZbQjidKZI_9QHXht2xIDxlgH7RxWm6Y0BB22e1d3Aoovsrn-eA9smcNJ9EVmvP-NMExCiHkCpz0/s320/21_MHG_ralo.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5203058920391621970" border="0" /></a>No meio deste estado fétido de coisas, porém, havia uma esperança de felicidade em algo que ele não podia, aparentemente, comprar: o corpo de uma <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_13">garçonete</span> cuja <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_14">lanchonete</span> <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_15">freqüentava</span> regularmente. Não por acaso, a <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_16">bunda</span> de tal mulher torna-se obsessão para o sujeito, que com isso consegue ver a beleza na sujeira, pois tais coisas estão próximas em tal região. Neste ponto, estabelece-se uma relação entre os dois, cujo progresso depende de uma mudança de percepção do sujeito em relação aos seus próprios valores do estar-vivo. Mudança esta que é deveras difícil para o tipo homem perceber e aceitar.<br /><br />Por fim, uma menina que <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_17">freqüentava</span> seu escritório e vendia peças roubadas de sua casa para conseguir dinheiro para sustentar o seu vício, termina por atirar no anti-herói contemporâneo e, com isso, vingar-se das humilhações que passou nas vezes que ali esteve.<br /><blockquote style="color: rgb(51, 51, 51);"><span style="font-size:85%;">Ah, este é o final do filme, caro leitor! Não tive a intenção de revelá-lo, como também não tive a <span class="blsp-spelling-corrected" id="SPELLING_ERROR_18">intenção</span> de ocultá-lo! Eu e meu alter ego não nos importamos de saber <span class="blsp-spelling-corrected" id="SPELLING_ERROR_19">intelectualmente</span> o final de uma história, pois para nós isso não tira o brilho ou escuridão do momento a <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_20">posteriori</span> que se viverá. Na vida todos sabemos qual final teremos, mas nem por isso deixamos de vivê-la!</span></blockquote>Tal final trágico pode ser comparado como o desespero humano em nível demencial diante da sociedade que o sujeito está inserido (em muitos casos, excluído). Tal menina pode ser reconhecida como os mendigos, pedintes, <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_21">flanenilhas</span> e toda sorte de infelizes que assombram o homem ordinário no seu dia-a-dia. E muitos ainda se fazem perplexos quando recebem um tiro gratuito e terminam por perder a própria vida em assaltos tão comuns no Impávido Colosso! É que saindo de si e pensando na <span class="blsp-spelling-corrected" id="SPELLING_ERROR_22">perspectiva</span> do outro, esquecendo um pouco que ele é o inferno, deparar-se-á com alguém excluído e marginalizado pela sociedade, cujos <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_23">objetos</span> não pode comprar e, por isso, precisa roubá-los. Na verdade, devaneia meu alter ego, não é tanto pelo <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_24">objeto</span> em si, mas também pela vingança existencial por viver numa sociedade que o trata como igual, quando claramente não o é, e por julgar que a sua liberdade de nada vale se ele viver na miséria e em sofrimento constante.<br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 153);"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_25">Namaste</span>!</span><br /><br />____________________________________<br /><span style="color: rgb(204, 0, 0);" class="texto_titulo">O Cheiro do Ralo</span> <span class="texto_italico">(2007)</span><br /><br />» <span style="font-weight: bold;"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_26">Direção</span></span>: Heitor <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_27">Dhalia</span><br /><span class="texto_subtitulo"><span class="marcador">»</span> <span style="font-weight: bold;">Roteiro</span>:</span> <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_28">Marçal</span> Aquino e Heitor <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_29">Dhalia</span>, baseado em livro de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Louren%C3%A7o_Mutarelli">Lourenço <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_30">Mutarelli</span></a><br /><span class="texto_subtitulo"><span class="marcador">»</span> <span style="font-weight: bold;"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_31">Gênero</span></span>:</span> Comédia<br /><span class="texto_subtitulo"><span class="marcador">»</span> <span style="font-weight: bold;">Origem</span>: Brasil</span><br /><span class="texto_subtitulo"><span class="marcador">»</span> <span style="font-weight: bold;">Duração</span>:</span> 112 minutos<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgu_a-jaNenzDm65ywlnuG-twdYZx1wj2P7kLk1Lp7ZU3Z-ju0xa4cTLy_ZOqQ0RcfUtQ78SOFFAhAz5OfinHviKCuDWgOQ86VkP23nKJxaNe2bkt3SvQHCLMmTL4Tqdbw_btenaPedMeY/s1600-h/cheiro-do-ralo-poster01t.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgu_a-jaNenzDm65ywlnuG-twdYZx1wj2P7kLk1Lp7ZU3Z-ju0xa4cTLy_ZOqQ0RcfUtQ78SOFFAhAz5OfinHviKCuDWgOQ86VkP23nKJxaNe2bkt3SvQHCLMmTL4Tqdbw_btenaPedMeY/s320/cheiro-do-ralo-poster01t.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5203060835947036002" border="0" /></a><span class="texto_subtitulo"><span class="marcador">»</span> <span style="font-weight: bold;">Sinopse</span>:</span> <span class="style3">O dono de uma loja que vende <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_32">objetos</span> usados se vê em apuros após ter que se relacionar com uma de suas clientes, que julgava estar sob seu controle. Dirigido por Heitor <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_33">Dhalia</span> (Nina) e com <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_34">Selton</span> <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_35">Mello</span> no elenco.</span><br /><br />Fonte: <a href="http://www.adorocinema.com/filmes/cheiro-do-ralo/cheiro-do-ralo.asp">Adoro Cinema</a><span style=";font-family:Arial,Helvetica,sans-serif;font-size:85%;" ><a name="Ficha Técnica"></a></span><div class="blogger-post-footer">Chá das Cinco com Pimenta - Por Advocatus Diaboli</div>bluebirdhttp://www.blogger.com/profile/16799168827305273020noreply@blogger.com2