quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Across the Universe

Estava eu navegando despreocupadamente na grande rede quando deparei-me com uma notícia deveras triste para os apreciadores da boa música: o falecimento de um músico e fundador do Pink Floyd, Richard Wright. Como Syd Barrett em 2006, agora Wright transcendeu ao plano imaterial do absurdo. Assim, a possibilidade de assistir a maior banda de todos os tempos novamente em sua formação clássica não existe mais.

E, ao pensar na qualidade musical dos dias atuais, com grupos que mais parecem saídos de desenhos animados, com letras sem conteúdo e virtuosismo duvidoso, pensei em uma banda inglesa que, apesar de ser considerada por muitos como a maior de todos os tempos, meu alter ego devaneia que os Beatles ocupam o honroso segundo lugar, através justamente do Pink Floyd. É que comparar estes dois grupos é uma tarefa difícil, pois são dois estilos diferentes: enquanto a virtude de um está na complexidade musical e conteúdo filosófico profundo, a virtude de outro está na simplicidade e conteúdo mundano.

Nem por isso, entretanto, meu alter ego deixa de valorizar tal estilo e reconhecer a importância dos músicos de Liverpool na história da música. E, um dia antes da morte de Wright, assisti ao musical Across the Universe, que é uma homenagem aos Beatles e cujas músicas são cantadas pelos próprios atores. Nada como um musical! Unir música e cinema é algo que, se bem feito, pode gerar resultados muito interessantes. The Sound of Music, Hair e até Moulin Rouge... todas boas opções.

A história em si possui um roteiro simples (tão simples quando uma música dos Beatles), mas um ponto merece análise. O dilema fundamental da trama reside no fato do jovem inglês Jude, que foi aos Estados Unidos em busca de suas origens, estar apaixonado por Lucy, jovem estudante sem maiores preocupações. Tudo vai bem até que ela se envolve em questões políticas contra a guerra do Vietnã e termina por dividir-se entre o relacionamento com Jude e a entrega à causa política.

Será que a realização individual alheia aos acontecimentos que cercam o indivíduo é possível? Por outro lado, não é deveras perigoso a entrega incondicional a uma causa que, para vencer o inimigo, utiliza as mesmas armas de porcos e cães? Não é um risco demasiado estar tão próximo ao abismo a ponto do próprio abismo e do próprio indivíduo confundirem-se numa única coisa? Questões cujas respostas são peculiares de cada tempo e sujeito... Across the Universe, como era de se esperar, escolheu o caminho da realização individual, unindo novamente o casal, à margem das questões de seu tempo.

Os Pink Floyd, apesar de toda à crítica social presente em seus álbuns, talvez seguissem um caminho semelhante, como fica notório em Animals, álbum conceito que demonstra com as duas partes de Pigs on the Wing que seria possível transcender ao mundo ordinário composto por cães, porcos e ovelhas através da união incondicional entre dois indivíduos.

Namaste!

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Across the Universe (2007)

» Direção: Julie Taymor
» Roteiro: Dick Clement e Ian La Fresnais, baseado em estória de Julie Taymor, Dick Clement e Ian La Fresnais
» Gênero: Musical
» Origem: Estados Unidos
» Duração: 131 minutos

» Sinopse: Um casal apaixonado se envolve nos movimentos da contracultura de Liverpool nos anos 60. Dirigido por Julie Taymor (Frida) e com Evan Rachel Wood e Bono no elenco. Recebeu uma indicação ao Oscar.

Fonte: Adoro Cinema

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Os Porcos do Porvir

Uma das coisas mais divertidas do período eleitoral no Impávido Colosso é assistir a propaganda eleitoral gratuita, tanto na televisão, quanto no rádio. Poucos países têm este privilégio e sinto-me orgulhoso em viver em terras com tamanha consciência democrática! Afinal, é deveras importante conhecer os candidatos que governarão a nossa nação nos próximos anos.

Por isso, meu alter ego teve o louquejar de selecionar alguns candidatos e exibi-los com destaque neste espaço de voyeurismo pós-moderno, comentando seu excelso pensamento, de modo a ajudar o eleitor da Capital Mundial da Carroça a decidir o seu voto nas eleições vindouras.

Alcunha: Jacaré
Excelso Pensamento: Sou motoboy e sou da periferia. Quero representar a nossa categoria. Quero que não faltem creches e vagas nos berçarios.
Alter ego comenta: Excelente! O que precisamos é de pessoas que dirijam o país com a mesma competência que os motoboys trafegam pelas ruas impávido-colossensses.
















Alcunha
: Marco Della Nina
Excelso Pensamento: Quanto vale um voto, um galeto, um rancho, uma promessa. Todas as eleições é a mesma coisa. E eu, que não faço isso, não consigo o seu voto.
Alter ego comenta: Nem conseguirá até distribuir galetos ou ranchos para as pessoas que têm fome! Talvez assim consiga mais votos além dos da esposa e mamãe...
















Alcunha: Renato Oliveira
Excelso Pensamento: Tartaruga fora-da-lei eu já cansei. Vote nele e nela, Renato e Manuela.
Alter ego comenta: excelente opção para todos que já cansaram de tartarugas que não respeitam a lei e para aqueles que adoram cannabis sativa.
















Alcunha: Deneci (Rochinha)
Excelso Pensamento: Chega de abobrinha! sem mentira, sem promessas!
Alter ego comenta: A mentira e a promessa são os sustentáculos da política tupiniquim. Como bom político, o candidato mente ao dizer que não mentirá, nem fará promessas.















Nota esclarecedora: os candidatos supra concorrem a vereância e meu alter ego decidiu escolher tal categoria visto que são os embriões da genuína política nacional e, no futuro, aqueles que farão vôos mais altos (deputadoria, senadoria e até presidência...).

Namaste!